Degustação Bodega Cinco Tierras (MS Import): Na doçura dos vinhos, seu diferencial

Já ouvimos várias vezes a frase “Gosto não se discute” e “Gosto é gosto”.

Bem, estivemos em degustação no restaurante “A Figueira Rubayat”, para avaliação e apresentação dos vinhos do produtor Bodega Cinco Tierras, localizado em Mendoza na Argentina e importados pela MS Import.

Degustamos 7 vinhos, sendo 6 tintos e 1 branco. Foram eles:

– Cinco Tierras Torrontés 2009: 100% Torrontés Riojano, coloração amarelo palha/esverdeado, fresco e frutado, com aromas de aspargos. Um torrontés que se mostrou diferente dos habitualmente degustados por nós. Apresentando-se menos floral do que o convencional, mas com delicadeza. Na faixa de R$ 45,00.

– Cinco Tierras Clásico Bonarda 2008: 100% Bonarda, coloração rubi adequada, frutas vermelhas e um adocicado na boca. Gastronômico com boa adstringência. Faixa de preço R$ 40,00.

– Cinco Tierras Clásico Mlbec 2005: 100% Malbec, vinho ainda jovem na taça e em suas colorações. Aromas de frutas, adocicado na boca, baixa acidez, “esquentando” na boca (13,9% de graduação alcoólica. Doçura no palato. Faixa de preço: R$ 45,00.

– Cinco Tierras Reserva Cabernet Sauvignon 2006: 100% Cabernet Sauvignon, aromas curtos, na boca um adocicado não tão característico nos vinhos desta uva, mas com bom corpo e bastante frutado para uma Cabernet. Faixa de preço: R$ 78,00.

– Cinco Tierras Premium Merlot 2005: 100% Merlot, cores vibrantes, médio corpo na boca e também adocicado. Um vinho correto. Faixa de preço: R$ 70,00.

– Cinco Tierras Reserva Malbec 2005: 100% Malbec, vermelho vivo, aromas de fruta doces, frutas vermelhas e cassis na boca, ligeiro toque de baunilha. Taninos doces. Faixa de preço: R$ 78,00.

– Cinco Tierras  Reserva Familia 2002: 50% Malbec 50% Merlot. Vinho elaborado com o melhor de cada safra. Vermelho intenso e vivo, Notas de frutas vermelhas. Na boca uva passa adocicada e característica. Bom corpo e estrutura, notas de baunilha e chocolate. 14% de álcool equilibrado. Bom potencial de guarda e longevidade. Faixa de preço: R$ 220,00.

Walter Tommasi, Almir e Claudio (Vinho dos Anjos e Vinobile)

Nossa análise:

No vinho branco estamos acostumados ao Torrontés com aromas extremamente aromáticos. Neste caso seus aromas nos pareceram um pouco contidos.

Com relação aos vinhos tintos, com exceção do último (Reserva Familia), todos se apresentaram com uma doçura “atípica”, talvez proveniente do “terroir” ou mesmo da forma de condução em todo o processo. Não é um defeito, mas é diferente, o que acaba dando uma característica própria aos vinhos deste produtor.

Os preços nos parecem adequados e justos, embora tenhamos gostado do último, o mais caro, por sua complexidade.

Cristina Xavier (Blog Sommelière) e Rubén Banfi (Bodega Cinco Tierras)

Como sempre degustamos vinhos, também acabamos efetuando comparações, mas sem esquecer que “Vinho bom é o vinho que se gosta”. Assim, todo vinho tem seu público, seu charme, seu mercado e no tempo, o próprio consumidor, dita as regras da demanda.

Podemos dizer que vale a pena experimentar, e que na experimentação e comparações é que definimos o nosso gosto, nossas preferências e, portanto, o sucesso de um novo produto.

Sushi e sashimi: A harmonização com os brancos

Há alguns anos atrás, não se admitia e até se repudiava, o casamento entre o sushi, sashimi e vinho. 

Wassabi ou raíz forte

Passados alguns anos, os especialistas se renderam às experiências, e hoje admitem perfeitamente o casamento.

É claro que a perfeição, ou a exata adequação ao prato, em relação ao vinho escolhido é mais difícil.

Quando temos ingredientes fortes, como o wassabi, a parte “picante” do sushi, ou mesmo o molho shoyo, poderá haver um choque no paladar, inclusive impossibilitando sensações mais intensas, pois a boca fica quase que anestesiada pela raiz forte.

Mas os vinhos brancos, como o Riesling, ou os Pinot Gris, ou ainda um Gewürstramminer, podem ser uma excelente opção bastante interessante e prazerosa.

 São vinhos alegres, frescos, aromáticos e juntando-se a isso, o bom apreciador dos pratos e dos vinhos, não há como errar e não sair satisfeito da experiência. Ela deixa de ser uma tentativa e se torna real, muito agradável.

Sushis: Alegres, coloridos, fantásticos!

Sashimi: Textura e sabor para bons apreciadores

O champagne ou espumante é outra sensacional opção. As borbulhas, o perlage, salpicam pequenas “alfinetadas” na língua, tornando intensos e marcantes a harmonização prato e vinho.

Champagne ou espumante. Ótima harmonização

Assim, mesmo errando em determinados momentos, aquele que não se deixa levar pela notícia imposta, mas sim, se coloca na posição de “tentar” e “experimentar”, com certeza terá a satisfação e o momento especial garantidos.

Chenin Blanc: “O padrão natural” da África do Sul

Paisagens exuberantes

Não há hoje, nada tão surpreendente como  os vinhos feitos da uva Chenin Blanc, oriundos da África do Sul. Com uma fruta maravilhosa, são vinhos que agradam os consumidores e, é muito importante mencionar, são também vinhos que têm um valor excepcional.

A uva Chenin Blanc tem uma longa história na África do Sul. Os holandeses as trouxeram do Vale do Loire, por volta de 1655. Foi na região do Cabo há mais de 350 anos.

Com uma história longa e a abundância de sol, formou-se uma ponte entre o novo e o velho mundo.

Hoje ela é a uva mais cultivada na África do Sul, com cerca de 19.000 hectares plantados. Em números, isto representa cerca de 18% de todas as plantações (112 mil hectares no total). O que se traduz como as maiores plantações de Chenin Blanc existentes do mundo.

São produzidos diferentes tipos de vinhos da Chenin Blanc. Das florestas iluminadas, vinhos frutados e frescos; vinhos ricos em “fruta madura” e amadeirados, e os opulentos e deliciosos vinhos de sobremesa.

Veja algumas das razões para esta diferenciação:

– A África do Sul tem uma variedade de diferentes clones de Chenin Blanc.

– Incrível diversidade. Pode-se plantar nas partes planas ou nas encostas das numerosas montanhas da região.

– A África do Sul possui um dos mais antigo solos com vinhedos do mundo. Não são apenas ligeiramente mais velhos do que os solos dos outros continentes, mas 180 milhões de anos a mais do que qualquer outra terra do planeta!

– As vinhas com plantações de Chenin Blanc  são formadas com uma elevada percentagem de vinhas velhas. Estas vinhas velhas produzem menos uvas e, portanto, são capazes de produzir vinhos melhores porque concentram toda a força na uva.

– Os ventos frios do oceano “O Doutor do Cabo” têm uma enorme influência sobre as vinhas, resfriando o que seria de outra forma uma região muito quente.

Enfim, há muito para saborear e apreciar nos vinhos provenientes da África do Sul. É experimentar e se deliciar…

Localização e solo privilegiados