Vinhos Verdes: Sinônimo de qualidade em grande ascensão

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Região apresenta vinhos frescos, leves e também vinhos de grande longevidade

Já se vão oito anos desde a minha viagem em 2016 para Portugal onde tive a oportunidade de conhecer a região do Minho e dos Vinhos Verdes.

Na época o convite foi feito pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e desde então me tornei um apaixonado por estes vinhos tão emblemáticos.

Ao longo do tempo os vinhos só melhoraram e hoje representam grande participação em vendas no Brasil.

A denominada D.O. Vinhos Verdes está distribuída em regiões distintas e recebem esta denominação seguindo padrões rigorosos de certificação.

São nove sub-regiões com características próprias, incidência de um grande volume de precipitação de chuva que atinge 1200 mm anuais, solos graníticos e de xisto que juntamente com o relevo e ventos fazem desta DO algo tão único e especial.

As regiões estão representadas assim:

Lima, Cávado, Ave, Sousa, Monção & Melgaço, Basto, Amarante, Baião e Paiva.

Posso destacar as castas brancas: Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Arinto, Avesso, Azal, e Batoca.

Nas tintas: Borraçal, Alvarelhão, Pedral, Vinhão, Espadeiro, Amaral e Padeiro.

No conjunto de fatores há ainda a oscilação da temperatura e amplitude térmica em toda a região. Um componente para vinhos frescos, aromáticos, frutados e cítricos, sendo ainda uma região de terroir de grande potencial em desenvolvimento.

Mas a região não se limita apenas aos vinhos chamados aromáticos e frescos, há vinhos com alto poder de guarda, que no tempo, revelam uma surpreendente complexidade, assim como há espumantes, com volume de produção ainda tímido, mas com uma qualidade inigualável.

Depois de tanto tempo pude provar um total de 12 amostras reunidas em um só painel, que foi especialmente selecionado para a Masterclass que aconteceu no Consulado Geral de Portugal em São Paulo.

Até então após estes oito anos a quantidade de Vinhos Verdes que provei foram de poucas amostras se comparadas ás degustações de vinhos de outras regiões e países.

Abaixo descrevo as amostras que mais me surpreenderam ou pela vivacidade e exuberância no vinho ou pela complexidade condensada em cada gole. Foram um espumante, brancos, um rose e um tinto, de estilos e safras diversas e emblemáticas.

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– PROVAM, Côto de Mamoela Alvarinho Reserva Bruto 2020, um espumante de perlage fino e abundante, cor amarela claro. No nariz flores brancas delicadas e toque cítrico. Em boca é fresco, agradável com bastante acidez, notas de peras, limão, ótima persistência e cremosidade. 13% de teor alcoólico, sendo 100% da uva Alvarinho.

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– Quinta São Gião2020, um vinho da uva Alvarinho que passa oito meses em barricas de carvalho e 14 meses em inox. Este vinho é proveniente da região de Ave, e apresenta 13% de teor alcoólico. Visualmente é um vinho amarelo dourado, límpido e brilhante. No nariz notas de compota de frutas amarelas, marmelo e leve toque de mel. Em boca se confirma o mel e frutas brancas maduras, bem como notas evolutivas e da passagem em barrica. Vinho sem importador no Brasil.

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– Soalheiro, Alvarinho Primeiras Vinhas 2017. Não dá para ficar sem citar este vinho que é importado pela Mistral e que já tive a oportunidade de provar junto ao produtor quando em visita ao Brasil. Apresenta teor alcoólico de 13%, amarelo dourado, notas cítricas no nariz. Em boca demonstra toda a sua evolução e complexidade com excelente acidez. Sugestão de preço R$ 418,47.

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– Quinta do Tamariz, Loureiro Escolha 2015. É de todos os vinhos o com mais tempo em garrafa. O teor alcoólico é baixo (11,5%) e nem por isso ele deixa de apresentar sua complexidade e notas evolutivas interessantíssimas.

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– Sem Igual, Ramadas metal 2018 Arinto-Azal. Um dos vinhos que mais gostei na degustação. Vinho sem importador no Brasil. Apresenta um amarelo dourado com aromas cítricos de frutas maduras e um floral sutil. Em boca bastante acidez, belo corpo, cítrico e untuoso. Teor alcoólico de 13,5%.

UM POUCO SOBRE HARMONIZAÇÕES

Claro que a grande variedade e estilos, sejam para vinhos mais aromáticos, cítricos, florais, complexos, leves, encorpados, jovens ou de guarda irão incidir na composição do prato no que se refere á harmonização.

Neste sentido os Vinhos Verdes são versáteis e gastronômicos em função da variedade e acidez, permitindo desde harmonizações com entradas, saladas e canapés, como frutos do mar, carnes brancas e feijoada (Vinhão).

 

 

 

São Paulo Wine Trade Fair acontece entre os dias 10 e 12 de maio

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Feira e congresso são para profissionais e produtores dos segmentos

O segmento de Vinhos e Destilados recebe simultaneamente a Wine Trade Fair e a Cachaça Trade Fair que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Para a edição 2022, estão confirmados produtores de vinhos nacionais e internacionais, importadoras, exportadoras, distribuidoras, fabricantes de maquinário, insumos agrícolas, fabricantes de garrafas, gráficas de rótulos e embalagens, entre outros.

O São Paulo Wine Trade Fair promove o CICAVI – Congresso Internacional da Cachaça e do Vinho, evento de caráter cultural, social, técnico e econômico que ocorre em paralelo e tem como objetivo disseminar e fomentar o conhecimento tecnológico, agronômico, dos aspectos produtivos, da comercialização, da distribuição e do serviço entre os componentes da cadeia produtiva do vinho e da cachaça.

O tema do congresso deste ano destaca os desafios para os novos cenários de implantação de políticas ambientais, sociais e de governança no setor de bebidas adultas. E o que as indústrias do vinho e dos destilados podem ensinar sobre sustentabilidade. A grade de palestrantes tem presença confirmada de profissionais de destaque, brasileiros e estrangeiros.

Também conta com parceiros e apoiadores como o Ministério de Relações Internacionais, Secretaria de Desenvolvimento e Agricultura do Estado de São Paulo, SPVINHO, ABRASEL, IBRAC, SEBRAE e SENAC.

Além disso, haverá o concurso dos melhores vinhos e destilados, o TOP TEN. A prova que é feita ás cegas por jornalistas, equipe de degustadores e profissionais da área é presidida pelo jornalista especializado Eduardo Viotti, que realiza há 21 anos o Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil. Com extensa experiência nesse segmento, Viotti participa como jurado internacional dos principais concursos do mundo.

Entre os vinhos serão escolhidos Brancos Tranquilos, Tintos Tranquilos, Secos Rosados Tranquilos e Espumantes Brancos, Rosados ou Tintos. Já na categoria dos destilados estão os produzidos à base de cana de açúcar, de bagaço de uva (grappa), de vinho (Brandy ou conhaque), gins, vodcas, licor, tequila e rum.

O credenciamento para os visitantes é gratuito e pode ser feito diretamente no site do evento, que traz as informações completas dos congressos, concursos, master class, como participar e compra de ingressos.

https://www.winetradefair.com.br/

https://www.cachacatradefair.com.br/

 

PNR Group recebe o proprietário da Famiglia Cecchi em São Paulo

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Apresentados vinhos de duas propriedades distintas: Castello Montaùto e Villa Rosa

A Vinícola Cecchi foi fundada em 1893 e possui várias propriedades e plantio por toda a Itália.

Em 1988 a empresa adquire o Castello Montaùto, propriedade próxima a San Gimignano.

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De lá provamos o vinho Castello Montaùto Vernaccia di San Gimignano 2017. Vinho de grande expressão aromática, agradou tanto no nariz como em boca, com notas de flor e mineralidade. Em boca a expressão da fruta e a acidez bem como o corpo nos surpreenderam enormemente.

Um DOCG de grande expressão, este vinho branco tem o preço na faixa de R$ 190,00 e teor alcoólico de 13%. Um grande vinho!

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O segundo vinho que degustamos foi o Castello Montaùto Chianti 2016, que tem como expressão aromática o chocolate, cacau e frutas. Em boca grande equilíbrio e também notas de chocolate que agradam bastante.. Leva em sua composição 85% de Sangiovese, 10% de Colorino e 5% de Canaiolo. Preço na Monvin de R$ 188,00.

Adquirida em 2015, a Villa Rosa tem uma tradição de mais de 70 anos nas mãos dos antigos proprietários.  Segue em continuidade na produção e na tradição vitivinícola, aliando as mais novas e atuais tecnologias, analisando solos e cepas e produzindo vinhos de grande expressividade.

Região de invernos rigorosos, primaveras com temperaturas amenas e verões com grande amplitude térmica e sem grandes precipitações, a propriedade produz Chiantis de grande qualidade, demonstrando todo o talento na elaboração deste que é um dos tipos de vinhos mais amados da região.

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Dos vinhos que provamos temos o Villa Rosa Ribaldoni Chianti Clássico 2016. Um vinho “Pronto para beber” que já expressa uma característica marcante nos aromas, evidenciando fruta, especiarias, café e um leve tostado. Em boca confirma o café e o tostado com notas de chá, boa acidez e final prolongado.

Um vinho na faixa de R4 290,00 e comercializado pelo Clube Edega. É um DOCG com composição 100% de Sangiovese. O teor alcoólico ede 14,5% está em equilíbrio com o conjunto, sendo que o mesmo passou 12 meses em Bottis de grande volume e seis meses em garrafa antes de ser comercializado.

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Mas a grande expressão dos vinhos degustados neste dia, foi sem dúvida o vinho Villa Rosa Chianti Classico Gran selecione 2015. Um vinho excepcional e de guarda, daqueles para serem provados lentamente e saboreando cada gole. Muito jovem ainda, revela todo o seu potencial como um DOCG dos melhores, ao aportar aromas de grande complexidade que vão do chocolate, especiarias, fruta, cacau e ser sedoso em boca, tânico na medida certa e trazer um final longo, persistente e untuoso. Vinho que pede harmonização com comida.

100% Sangiovese, com teor alcoólico de 13,5% e 15 meses de passagem em grandes Bottis,  três meses em concreto e mais um ano em garrafa, este exemplo de Chianti moderno nos inspira e nos faz admirar ainda mais este país e região que tanto amamos. O preço de mercado é alto, por volta de R$ 795,00 em que vale cada gota, já que foram produzidas apenas 13 mil garrafas.

Estamos ansiosos para poder provar os vinhos de outras regiões e propriedades do grupo, já que expressam de forma sublime todo o potencial do terroir e das características climáticas de onde se encontram.

Saúde e até breve!

Almoço no Celeiro da Fazenda e o vinho Philosophia em degustação inédita de suas duas safras

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Não é sempre que temos a oportunidade de reunir um Chef e seus pratos especialíssimos com a inédita degustação de 2 safras do vinho Philosophia da Vinícola Góes.

No caso o Chef é o Arturo Salano, experiente na elaboração de seus pratos e apresentando um conceito de comida do interior no Restaurante Celeiro da Fazenda, localizado na zona norte de São Paulo, onde estive.

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O restaurante e os pratos elaborados, era tudo o que precisávamos para que a experiência de provar o vinho Philosophia em suas duas únicas safras fosse completa.

Já havia provado a primeira safra do vinho (2014), elaborado com 100% da uva Cabernet Franc. A ideia era provar as duas safras (2014 e 2016) harmonizando com comida variada.

Philosophia safra a ser lançada em 2018

Philosophia safra a ser lançada em 2018

Em visita a Vinícola Góes, eu e meu amigo jornalista Álvaro Cézar Galvão, fomos os únicos a provar a safra 2017 ainda em tanques de inox, safra a ser lançada no decorrer do ano de 2018. Um vinho que promete no nosso entendimento, ser o melhor de todas as safras anteriores, pelo potencial tânico e características apresentadas na prova pré evolução em barricas de carvalho. Ao menos este foi o nosso consenso de momento.

O que podemos dizer de toda esta experiência, é que o conceito de harmonizar vinho e comida, experimentar diversos pratos e opções, se torna completo justamente pela tentativa e erro.

No caso esta prova de safras do Philosophia envolveu pratos com carne vermelha, aves, suínos e entre saladas, risotos e linguiças, a cada gole, evidenciamos os sabores e aromas.

Antes porém a prova foi ás cegas e sem alimento, sem sabermos que safra era. Verificamos que a safra mais atrativa, em evolução e características de complexidade, ainda era a safra 2014. Claro, a safra 2016 tem potencial de evolução ainda não ocorrido, mas julgamos que a safra do 2014 revela nuances únicos e exclusivos.

No final o consenso de harmonização perfeita, se deu no vinho da safra 2014 com carne e do vinho 2016 gostei bastante com o frango assado.

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Mas voltando ao Chef Arturo, fomos recebidos com simpatia em sua casa, e pudemos provar todo o seu buffet e ainda alguns pratos feitos exclusivos para a ocasião, como o risoto de funghi com cebola roxa e o pernil de cordeiro assado no vinho tinto, regado ao molho de jabuticaba e acompanhado de mini legumes assados na manteiga de ervas. Um show!

Restaurante Celeiro da Fazenda

Unidade Santana: Rua Luiz Dumont Villares, 651

Fone: (11) 2950-6090

Funcionamento:

Seg à Sexta – 12h às 15h30 e das 18h às 23h

Sáb e Dom – 12h às 23h

 

Unidade Perdizes: Rua João Ramalho, 647

 

Fone: (11) 3862-0578

Fone 2: (11) 3675-2696

Funcionamento:

Seg à Sexta – 11h30 às 15h30

Sáb, Dom – 12h às 16h30