Sete exemplares do vinho foram degustados por especialistas
Em degustação inédita realizada no Restaurante Praça São Lourenço em São Paulo, jornalistas e especialistas de vinhos puderam provar um painel com 7 vinhos “Vin Santo de Chianti”em uma degustação conduzida por Luca Alves, Chianti Wine Ambassador e Jorge Lucki, jornalista, foi a Chianti Lovers Americas Tour.
Para quem não sabe, um decreto datado de 03 de setembro de 2012 reconheceu e monitora a classificação “Vin Santo Del Chianti”e “Colli dell’Etruria Centrale”.
Vin Santo Del Chianti é uma Denominação de Origem Controlada (DOC) que usualmente utiliza uvas brancas e tintas, que passam por um processo de desidratação natural ao serem penduradas para este fim. Após estagiam em madeira de pequenas barricas por um período de no mínimo 3 anos.
Localmente chamadas de “Caratelli” as pequenas barricas garantem a qualidade e tipicidade do Vin Santo Del Chianti, ao mesmo tempo que para o processo, usualmente são utilizadas as uvas Trebbiano Toscano e Malvasia Bianca lunga Del Chianti, que são as uvas nativas mais frequentemente utilizadas. No blend devem ser utilizadas (Juntas ou individualmente) no mínimo em 70% do vinho elaborado para fazerem parte da denominação.
As vezes é utilizada alguma outra uva local, como a San Colombano ou a Canaiolo Bianco e até mesmo a Sangiovese para compor os outros 30% restantes. Se utilizada a Sangiovese em 50% do blend, pode ser denominado “Vin Santo Occhio di Pernice d.o.c.”.
Na prova que tivemos no painel, caminhamos de um Vin Santo “mais seco”, digamos assim, para um mais doce e concentrado.
Abaixo a lista dos vinhos provados e algumas observações que fiz sobre cada um deles:
– Vin Santo del Chianti d.o.c. Riserva 2011 (Montespertoli)
De solo argiloso de onde foram produzidas apenas 1000 garrafas, este Vin Santo passa 5 anos em Caratelli de castanheira e mais 3 anos em garrafa. Produzido com as uvas Malvasia Bianca (80%) e Trebbiano (20%). Delicado e floral, apresenta em boca leve doçura e toque cítrico. A produção está em processo de tornar-se orgânica. Com 16% de álcool.
– Vin Santo del Chianti d.o.c. 2012 (Montalbano)
Aqui o solo é calcário de onde se produziram apenas 1500 garrafas. As uvas utilizadas foram a Trebbiano Toscano (50%) e a Malvasia Bianca (50%). Passagem de 3 anos em Caratelli de 50 litros e mais 3 anos em garrafa. Toques florais. Em boca apresenta boa acidez, delicadeza e notas de laranja com um final amarguinho”característico.
– Vin Santo del Chianti Colli Fiorentini d.o.c. 2010
Neste caso estamos falando de um Vin Santo 100% da uva Malvasia Bianca. Solo calário, apenas 2000 garrafas produzidas, com passagem de 4 anos em Caratelli de castanheira (50 e 70 litros) e um ano de garrafa. Sedoso e untuoso, encorpado e de final prolongado onde se acentua uma sensação de tostado.
– Vin Santo del Chianti d.o.c. 2009 (Colline Pisane)
Neste caso o Vin Santo leva Malvasia Bianca, Trbbiano, San Colombano e Malvasia Nera. Passa seis anos em Caratelli de castanheira (50 litros) e mais três anos em garrafa, onde se acentua a sensação do tostado, pêssego, resina e mel. Untuoso e persistente.
Vinho de produção orgânica, onde se encontram conchas no solo. Produção de 1000 garrafas.
– Vin Santo Del Chianti d.o.c. 2007 (Colli Senesi)
Apenas 1000 garrafas foram produzidas deste vinho composto das uvas Trebbiano (60%) e Malvasia Bianca (40%). Passagem de quatro anos em barricas francesas usadas de 225 litros e mais 2 anos em garrafa. Apresenta algo mais cítrico, mel, adocicado, com mais baixa acidez mas grande harmonia no conjunto.
– Vin Santo Del Chianti Rufina d.o.c. Riserva 2007
Produção de 1500 garrafas da uva Trebbiano 100%. Envelhecido em Caratelli de 50 litros e barricas francesas usadas onde estagiou um total de 10 anos e mais um ano em garrafa. Nas características frutas maduras, figo seco, é persistente e apresenta cremosidade.
– Vin Santo Del Chianti d.o.c. Öcchio di Pernice”2015 (Colli Aretini)
Foram produzidas apenas 500 garrafas deste vinho elaborado 100% com a uva Sangiovese. Passagem de três anos em Caratelli de 50 litros e um ano em garrafa. Diferente dos anteriores, leva uma uva tinta. É delicado, apresenta notas de mel e café tostado, coloração âmbar mais acentuada, ótimo final de boca e muito convidativo.
Um painel excepcional, convidativo e único em uma degustação emblemática e marcante como poucas.
E viva o Vin Santo, uma obra excepcional dos homens e da natureza.
Saúde!