Veneza, um mundo de sonhos surreais – Parte V – Final

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Veneza é um capítulo á parte. Sua beleza “surreal” encanta qualquer visitante.

Não é uma cidade barata. Refeições, travessia, são itens que pesam bastante. Mas a encantadora paisagem que confunde terra e mar inundando nossos sonhos confunde nossa realidade e nos fazem sentir uma grande emoção jamais imaginada.

Veneza é um sonho na vida de todos os viajantes. Assim que desci na estação de trem, pude sentir a grandiosidade e a herança deixada no tempo das gerações passadas.

Cada construção é um convite ao passado, á arte, os seus canais, suas pontes, seus monumentos, toda a cidade tem um ar musical e romântico. Não é a toa que foi uma das cidades mais importantes da Europa.

O patrono da cidade é São Marcos e a basílica é um dos pontos altos da visitação, assim com a Piazza de São Marco.

Visão diante da escadaria da estação

Visão diante da escadaria da estação

Logo ao sair da estação de trem, respirei fundo diante da escadaria, observando o primeiro canal que se descortinava á minha frente. Forte emoção. Ao longo de todo o trajeto até a parada final na Piazza, fui fotografando e relembrando, pois já fazia 12 anos que eu não vislumbrava a inebriante paisagem.

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Ao descer na estação, meu coração acelerou ainda mais. Um misto de saudosismo e uma vontade de chorar me invadiram. Era muita emoção poder retornar a este belo lugar, e eu ainda refletia sobre este retorno.

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Fui caminhando lentamente e logo já estava aos pés do Palácio dos Dodges e vislumbrava a Piazza ao centro.

Estavam desmontadas as passarelas móveis que auxiliam os turistas quando a Piazza inunda com a água do mar, ao subir seu nível.

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As pombas estavam lá, da mesma forma como outrora, enfeitando e surpreendendo os turistas. A mesma quantidade de japoneses tirando fotos de tudo. Caminhei até o canto próximo a Basílica de São Marco, fazia uns 8°c e resolvi que iria tomar um Bayle’s no mesmo local onde no passado havia estado. Parei no bar, misto de padaria e pedi. Tomei vagarosamente enquanto os pensamentos rodavam no passado e no presente.

Caminhei por toda a extensão da praça e resolvi que iria explorar os arredores, sem mapa, só pelo instinto e me deixando surpreender em cada rua. Assim o fiz…

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Belas vitrines com souvenirs, de máscaras a enfeites, de alimentos e restaurantes por todas as vielas visitadas. Pessoas caminhando e explorando cada centímetro desta que eu considero ser, uma das cidades mais “exóticas” em toda a sua natureza.

Caminhei por lugares e em alguns deles reconheci o passado. Segui em direção a Ponte de Rialto, não muito distante. Perdi-me nas vielas estreitas de Veneza, uma delícia, sem tempo, sem compromissos, sem direção, só coração e alma.

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O avançado do horário me fazia ter fome. Fotos em Rialto, observação dos barcos indo e vindo e logo já me encontrava dentro de um pequeno restaurante, apreciando um risoto de frutos do mar, um bom vinho Rosso e água.

Esta não era uma “Viagem Cultural” para visitar museus, etc. A ideia era caminhar, sentir o ar, as vielas, as vitrines, respirar Veneza. E isso eu fiz…

Finalizei o almoço e muito feliz caminhei ainda por algumas horas em Veneza. Mas já era momento de retornar.

Caminhei mais uma vez em direção a estação e rumei de volta á Bolonha de trem.

Estava cansado mas feliz, tendo tempo suficiente para tomar um bom banho e entre pingos de chuva caminhar até o restaurante La Bella Napoli (Pode parecer estranho mas é um ótimo restaurante e quem mantém também outra unidade em Napoli), situado na Via S. Felice, 40, bem próximo ao meu hotel.

O lugar foi um achado. Gostoso, confortável, bom atendimento e bons preços. Recomendo!

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Provei de entrada o Carpaccio do tonno su letto di insalatina (Carpaccio de atum sobre cama de salada / Carpaccio of tune in bed of salad).

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O prato principal foi Spaghetti al trancio di tonno e pomodorini freschi al profumo di cipolla (Spaguete com atum, tomates cereja e perfume de cebola / Spaghetti  with tuna, cherry tomatões at onions parfum).

Tudo deliciosamente gostoso. Tomei uma taça de vinho branco, um I Croppi Albana Secco e finalizei com um café gostoso.

Pedi a conta e segui para o meu hotel. No dia seguinte cedo após o café da manhã, rumei ao aeroporto retornando ao Brasil, com muitos sonhos e lembranças.

Pensando novamente: Veneza, me aguarde, retornarei!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caminhando por Bolonha e descobrindo suas particularidades– Parte III

Condé

Minha primeira noite em Bolonha terminou alegre após muitas garrafas de vinhos e conversas com pessoas do mundo todo.

Voltei para o hotel Condé e no dia seguinte solicitei ficar em um hotel, próximo ao centro da cidade onde me hospedariam pelos próximos três dias.

Claro, a ideia era caminhar pelas ruas da cidade e conhecer um pouco mais de tudo, admirando as lojas e observando as pessoas, além é claro, de comer e beber aproveitando a oportunidade.

Uma das coisas que me chamou muito a atenção nesta cidade é a quantidade de cachorros. Não cachorros abandonados, pelo contrario, cachorros muito bem cuidados.

Outra coisa é a quantidade enorme de pessoas que fumantes, principalmente as mulheres. E como a fumaça é algo que me desagrada, fugi muitas vezes caminhando rapidamente.

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Por onde se passa é possível ver as vitrines de alimentos e utensílios, que são fantásticas e atraem pela beleza e cuidado, seja qual for o tamanho do comércio. Tudo é exposto valorizando os produtos e cores. Isto é assim em todas as cidades italianas que conheci, inclusive nos cafés. Uma maravilha e alegria de se ver.

Arcos

Bolonha é uma cidade antiga, cheia de arcos por onde se passa e se pode circular protegido da chuva ou do sol em qualquer percurso pelas calçadas largas.

Visitei as torres inclinadas, ou como se diz, as famosas torri pendenti (Torre degli Asinelli e a Torre Garisenda). Eram no passado 200 torres e desenhavam o horizonte da cidade. Foram construídas no século 12 (Estas torres que circundavam a cidade foram citadas por Dante, o Inferno).

Subi uma das torres (Claro, a que não tem inclinação de quase três metros). Foram quase 500 degraus de madeira, em uma subida bem cansativa onde paguei três euros para me “exercitar”. A batata da perna doía, minhas coxas queimavam, mas a insistência para poder ver tudo lá de cima me deu fôlego para continuar.

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A subida cansativa propiciou uma visão espetacular superior, de onde se pode ver toda a cidade. Detalhe, no caixa, antes de subir, um rapaz gordo de blusa verde, a quem em pensamento chamei de “Geleia”, uma referência ao filme “Ghost Busters” que tem o personagem. Sorri por dentro e isto me incentivou a subir mais animado. O rapaz era muito parecido.

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Bem perto destas torres, há universidades e muitos alunos circulando. Cafés cheios e com preços mais acessíveis, porém sem o glamour dos cafés que ficavam fora desta área.

 

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Não vou me estender muito pela descrição dos monumentos, apenas citar que a feira Enológica foi realizada no Palazzo del Podestá, em frente a Fontana de Nettuno, parte central da cidade por onde circulei várias vezes.

Vale a pena comprar embutidos e queijos na cidade. O importante é pesquisar preços, que variam bastante de lugar para lugar.

Não deixei de comprar o meu Parmigiano-Reggiano, uma delícia!

Queijos

 

 

Feira Enológica de vinhos na Itália – Bolonha – Parte II

No dia seguinte acordei bem cedo, tomei um belo banho e me dirigi ao salão de café. A névoa tênue da manhã denotava o frio que estava fazendo, me convidando para um café quentinho em ambiente aconchegante.

Não resisti ás iguarias da mesa. Entre iogurtes, pães saborosos, queijos e embutidos, mergulhei nas delícias italianas.

grupo

Logo após o café, um grande grupo se reuniu em frente á vinícola, tiramos uma foto de recordação e rumamos para a feira.

Bem distante de onde estávamos, chegamos ao centro de Bolonha, no pavilhão especialmente preparado aos compradores de vinhos internacionais e atendimentos.

Atendendo

Sentei-me em mesa determinada e fui conversando com produtores locais, provando vinhos e fazendo perguntas. Muitos destes vinhos, maravilhosos sem presença no mercado brasileiro.

Foi assim a manhã toda e por toda á tarde. O frio já se intensificava e a noite se aproximava gostosa e atrativa, me chamando para o desconhecido.

interna

Mas antes, uma passada pelo salão principal dos expositores, onde foi possível provar ainda mais vinhos, de muitos produtores. Eu estava lá, no coração da Bolonha, na Itália, terra de meus avós maternos. Meu coração pulsava de alegria. Meus sonhos realizados mais uma vez, meu país de coração, meus vinhos que tanto amo, e uma experiência sempre nova e gratificante.

sem fim

O grupo seguiu para um restaurante um pouco distante de onde estávamos, caminhamos por uns 20 minutos e qual foi nossa surpresa quando entrando no restaurante, nos deparamos com muitas garrafas de vinhos. E tudo começou mais uma vez…

A chegada á Itália – Bolonha – Parte I

Falar da Itália é falar de paixão, uma paixão que está em muitos corações de brasileiros.

Surgiu mais uma vez a oportunidade de fazer esta viagem e com ela novas experiências enológicas e gastronômicas, além de uma bagagem cultural que se vai adquirindo ao longo do tempo. Muitas imagens e paisagens gravadas na memória.

A viagem mais uma vez se mostrou cansativa, não pelo prazer de poder visitar todos os lugares, mas pelo voo e avião que é algo complicado visto que tenho dificuldade em dormir em posição desconfortável. Mas sempre vale o esforço.

Fiz escala em Munich, na Alemanha e depois de 13 horas e meia, cheguei no destino, a Bolonha.

Coincidentemente encontro no aeroporto de chegada, uma senhora dinamarquesa com quem no início do ano degustei vinhos de um produtor quando participei do evento Buy Wine, em Florença. Inacreditável!

Após alguma conversa me falou que estava em visita á feira de vinhos Enológica, da qual participaria e me convidou para participar, também nos dirigimos para o mesmo hotel, o Vignete Condé, uma propriedade e vinícola localizada bem distante do centro e do aeroporto, mas em local lindo e delicioso.

Mas antes, uma pequena passagem pelos embutidos que já teimavam em me “perseguir”. Como adoro!

Conde

Logo que cheguei no na Vinícola Condé,  resolvi guardar a bagagem e dar uma volta, parando para comer alguma coisa.

Mas sem antes deixar de reparar no maravilhoso hotel e na grande e linda propriedade que eu estava.

Sacada, um banheiro enorme com banheira e uma vista privilegiada da piscina e do horizonte.

Vista

Decidi ir almoçar (Tardiamente). Junto comigo a Cátia, proprietária da Importadora Wine Lovers.

Entramos no restaurante do hotel e eis que acontece a segunda coincidência. Encontro a mesma japonesa com quem estive no grupo da Toscana, visitando produtores e provando vinhos em fevereiro de 2014. Cumprimentei efusivamente e demos risadas, combinando um encontro no ano seguinte, em fevereiro de 2015, na mesma feira, a Buy Wine.

Prato Conde

Almocei apreciando bastante o prato. A massa era de uma leveza rara, recheada de queijo e ervas e misturada ao funghi porccini que compunha o prato. Para acompanhar, um vinho da própria vinícola, safra 2010, muito agradável e azeite de fabricação própria.

Terminamos o almoço, tomamos um café e saímos para caminhar. Avistamos um pé de caqui carregado de frutas, sentei-me no banco próximo admirando a paisagem do fim de tarde que se descortinava no horizonte, onde o frio já atravessava nossos casacos.

Caqui III

Caqui I

Apanhei dois caquis e comecei a caminhada de regresso ao meu quarto, no hotel que ficava um pouco distante.

Estava bastante cansado, mas estava feliz, afinal eu estava novamente no país que mais amo, a Itália e dentro de um hotel de uma vinícola que era um sonho.

Deitei-me por algumas horas, adormecendo um pouco antes de ir jantar…