Grupo “Ver o Vinho”: Além dos aromas e dos vinhos, a oportunidade de compartilhar

É inegável a satisfação que podemos ter quando nos propomos a algo tão gratificante.

Assim foi mais uma vez o encontro que tivemos com a Daniella Romano (Aromas do Vinho), em suas instalações e com o seu grupo “Ver o Vinho”.

O grupo

Para quem ainda não sabe, este grupo se desenvolveu com o trabalhado e dedicação da Daniella. Tem como objetivo aprender sobre como degustar vinhos e perceber toda a parte sensorial, aromática e gustativa, bem como desenvolver o aprendizado sobre as particularidades, processos de vinificação, etc., mas em um grupo formado por deficientes visuais.

Um trabalho voluntário extremamente focado e realizado com muita dedicação pela Daniella. Mas desta vez fomos brindados com a presença de nosso amigo Álvaro Cézar Galvão, do Blog Divino Guia, que através da sua experiência, pôde compartilhar com todos, seus conhecimentos e toda a bagagem adquirida ao longo dos anos, voltados à gastronomia, harmonizações e aos vinhos.

Em um período de duas horas, pudemos degustar quatro vinhos, na manhã de um sábado iluminado, deste último dia 03 de setembro. O interessante foi perceber realmente a sensibilidade do grupo, que através dos sentidos, com certeza mais apurados que os nossos, identificaram o nível de teor alcoólico nos vinhos, seus aromas, até sua origem do novo ou velho mundo, assim como também as uvas.

Claro que de certa forma fomos “maldosos” e fizemos uma pequena “pegadinha”. Levamos um vinho feito de forma artesanal, trazido pelo Álvaro, de produção nacional, limitado a 1000 garrafas e da safra 2008. Um vinho sem cápsula, com fechamento em cera, da uva Merlot, e outro do Chile, do produtor Valdivieso, também um Merlot, com passagem leve em madeira, da safra 2010, importado pela Ravin.

Os vinhos degustados

A alegria se fez presente em todo o encontro, de forma saudável e harmoniosa.

Estes prazerosos momentos ficaram e ficarão marcados na nossa memória e nos nossos laços de amizade.

Saúde a todos!

Leia mais à respeito em: http://migre.me/5EQca

E também: http://migre.me/5EQeb

Pesquera: Vinhos de altíssima qualidade. Imperdíveis!

Falar que os vinhos de Alejandro Fernández, proprietário do Grupo Pesquera, são ótimos, soa no mínimo como uma redundância. Seus vinhos têm encanto, são expressivos, marcantes, especiais e intensos.

Não se trata de forma nenhuma de ignorar todos os vinhos de qualidade da Espanha, que venho provando, ao longo dos anos.

Mas quando você, em seis vinhos de prova, considera tudo perfeito, alguma coisa especial acontece ali.

Alejandro iniciou seus investimentos em vinhos, quando todos os produtores de batata doce estavam arrancando suas vinhas e ampliando sua plantação. Com patentes de máquinas colheitadeiras de batatas, ele comprou suas primeiras terras com o dinheiro destas patentes.

Seus vinhos vêm ao longo dos anos, colecionando prêmios e ganhando adeptos, o que já fazem do seu nome, um ícone quando se fala em vinhos espanhóis.

Mereceu de Robert Parker, a descrição de “O Chateau Petrus da Espanha”, o que não é pouco.

A expressão dos seus vinhos pode ser percebida na complexidade dos aromas e na sua elegância na boca. Seu objetivo é o de oferecer vinhos de qualidade segundo suas palavras, “a qualquer trabalhador e com preços bem acessíveis”.

Em degustação no Cantaloup, pela Mistral, pudemos provar alguns dos seus vinhos e ouví-lo em seus depoímentos.

Alejandro e sua filha

 

Perguntado sobre “vinhas velhas” e a interferência na complexidade dos vinhos, respondeu: “Prefiro as vinhas novas, porque as vinhas velhas já têm uma baixa produtividade por planta, e isto eu posso manejar nas vinhas novas, fazendo a poda verde e concentrando toda a força, nos cachos restantes e elevando a qualidade”.

“A produtividade é reduzida de 40 kg por planta, para 3 kg apenas, o que confere concentração no fruto”.

Não posso deixar de citar em especial, os dois vinhos que mais apreciei: O “Pesquera Reserva 2007” e o “El Vinculo Paraje La Golosa Gran Reserva 2002”, sem palavra!

Abaixo a lista dos vinhos degustados e suas características:

Os vinhos degustados

 

– Dehesa La Granja 2004: Da região do Toro, vizinha a Ribera Del Duero, da uva Tempranillo 100%, combina notas de frutas maduras que confere um toque aveludado na boca. 92 pontos concedidos por Robert Parker para esta safra. Preço por volta de R$ 85,00 em excelente custo X benefício.

– El Vinculo Crianza 2006: Região de La Mancha, da uva Tempranillo 100%, amadurecido 18 meses em barricas e seis meses na garrafa. Aromas de estábulo, na boca excelente corpo, taninos macios e densos. Preço por volta de R$ 108,00.

– Condado de Haza Crianza 2007: 100% Tempranillo. Um vinho macio, sedoso, com ótima persistência e excelente corpo. Já foi escolhido como um dos 100 melhores do mundo pela Wine Spectator. Preço por volta de R$ 104,00

– Pesquera Crianza 2008: 100% Tempranillo. Este Crianza recebeu 91 pontos de Robert Parker, para esta safra. Possui aromas adocicados de ameixa preta e compota de frutas, um vinho elegante de taninos redondos e ótima concentração. Uma referência em Ribera Del Duero.

– Pesquera Reserva 2007: 100% Tempranillo. É um vinho indicado para guarda, por seu alto potencial de longevidade. Aromas de couro, um ligeiro mas convidativo mentol, taninos doces, harmonioso. Excepcional! Preço por volta de R$ 176,00. Imperdível pelo que oferece!

– El Vinculo Paraje La Golosa Gran Reserva 2002: 100% Tempranillo. Um vinho produzido somente em algumas safras, quando se obtém todo a concentração que ele merece na elaboração. Considerado para muitos, o melhor vinho de La Mancha. Um vinho totalmente equilibrado, de guarda, com aromas de couro, frutas e no palato grande profundidade e persistência. Um raro vinho para ser apreciado em toda a sua exuberância. Preço por volta de R$ 176,00.

Masaru Emoto, seus cristais de água e os vinhos

Para quem não conhece, Masaru Emoto é um pesquisador japonês, que fotografa os cristais de água congelados e os observa no microscópio, analisando sua formação, seu local de origem e o meio em que estão inseridos no nosso cotidiano, ou seja, nas cidades, na natureza, na poluição, em todos os lugares.

Masaru Emoto

Seu estudo de mais de 20 anos, aponta a forma como a vibração humana, o amor e a gratidão, interferem nestas formações, alterando a forma como se apresentam e vão se modificando, segundo nossas intenções (boas ou más / construtivas ou destrutivas).

Como sabemos, o vinho é formado por 80% de água, assim como nosso corpo entre 50% e 80%. Neste conceito, já bem explorado pelos vinhos biodinâmicos, experimentamos os resultados, da “vibração” e interferência do homem, no meio e na natureza, alterando os resultados finais no vinho.

Soaria como um delírio, caso suas pesquisas não fossem tão bem embasadas, catalogadas e registradas ao longo de todos estes anos.

Já venho á tempos falando do conceito da vinícola, a forma como os vinhos chegam ao mercado, e as intenções de todos no processo, desde o início do plantio.

É fato que até mesmo a escolha do importador, determina os conceitos do produtor, criando uma cadeia vibracional que vai da uva ao consumidor, pelas intenções em relação á parte comercial.

Será que a compra de vinícolas tradicionais francesas, pelos chineses, mesmo em se mantendo a tradição do plantio e vinificação, manterá a qualidade dos vinhos?Veremos isso ao longo dos anos, porque aquilo que é paixão, tradição e amor ao vinho, passa a se tornar apenas um meio de capitalizar e somar, mais e mais, crescendo os investimentos, robotizando os processos e linearizando a produção, e o que era puramente amor familiar, traduzido de gerações em gerações, passa a ser apenas mais um negócio.

É claro que não posso ignorar nossa necessidade financeira num mundo capitalista, onde a competição aumenta e os espaços diminuem á medida que a população cresce e crescem as necessidades de cada um.

Mas o gigante chinês avança como um trator que não diferencia terra, local ou tradições. E isto justo vindo de um país, com tradições milenares, chega a ser uma contradição.

Porque será que as vinícolas e vinhos chamados de “garage” fazem tanto sucesso? Não seria a vibração de seus donos, o amor e a dedicação em fazer algo especial, que criam o efeito no paladar do consumidor?

O estudo de Masaru é sério, ele viaja o mundo todo apresentando seus trabalhos, suas fotos, suas análises e reiterando à necessidade de “vibrarmos” positivamente.

Cristal de água congelada

Lembro bem de um produtor que me surpreendeu, pelo seu trabalho, pela sua paixão, pela sua proposta e principalmente pelos resultados nos vinhos.

Este produtor está próximo de nós, é a Viña Koyle, no Chile. Seus vinhos expressam exatamente sua proposta: A fruta em toda a sua essência. É um produtor biodinâmico. E seu trabalho pode ser percebido sim, em seus vinhos, ás vezes sutilmente, mas em comparações com outros, se evidenciam pela sinergia das ações, pela seriedade e pela proposta, seu objetivo, sua vida.

O paladar é pessoal, particular, mas há de se perceber as intenções.

Aprecio muito os vinhos franceses, em especial os de Bordeaux. A maneira como as tradições são passadas de geração em geração, assim como os vinhos italianos em toda a sua expressão, e eles não são necessariamente biodinâmicos.

Conheço também várias vinícolas brasileiras, que primam e buscam, não só seu espaço no mundo dos vinhos, mas a essência da sua família, seu conceito, seu terroir e sua característica própria, sua marca, sua digital.

Sabemos o que significa ser exclusivo, ser único e especial, e é o que nos diferencia, nos valoriza, e faz de nós o que somos: Seres únicos.

Mas voltado a Masaru, já existem vinícolas que trabalham segundo alguns de seus conceitos. É claro que o pensamento humano não é controlável. Um dia estamos bem, em outro podemos não estar. Assim, dentro do conceito de Masaru, haveria algum tipo de interferência pelo pensamento, positiva ou negativa.

Mas uma coisa são os pensamentos aleatórios, outra é o pensamento dirigido e focado. Certa vez li que um grupo de executivos se reunia para “vibrar” pensamentos na concretização de seus negócios, antes das viagens e antes de reuniões importantes.

A ciência ainda está longe de desvendar todas as implicações e efeitos do pensamento humano, mas há uma coisa podemos dizer: não há como ignorá-los.

Podemos ir mais longe, podemos falar da cromoterapia, da música (aguardem um post á respeito) e suas implicações e interferências no humor e porque não, nas plantas. Coisas para se pensar, ao menos.

Acho que preciso terminar, mas prometo retomar os assuntos que além de polêmicos, são antes de tudo, contagiantes.

 Referências de pesquisa:

http://www.masaru-emoto.net/ (Site Masaru Emoto)

http://www.valcapelli.com/ (Site Valcapelli / Cromoterapia)

http://www.koyle.cl/ (Site Viña Koyle / Chile)

Leia mais sobre acessando: http://vinhodosanjos.wordpress.com/2010/11/09/algo-mais-sobre-vinhos-biodinamicos/ (Biodinâmicos)

http://vinhodosanjos.wordpress.com/?s=koyle (Viña Koyle)

Fonte Referência de Fotos: Masaru Emoto / Viña Koyle / Valcapelli

Degustação: “Mas de Daumas – Gassac”, franceses na essência e na qualidade dos vinhos

É sempre bom falar de vinhos, ainda mais quando se tem uma oportunidade como esta, em vinhos com as características francesas.

Degustamos, nesta tarde, 7 vinhos, sendo 3 brancos e 4 tintos. Todos provindos da França e que são chamados como os “Lafite-Rothschild do Languedoc-Roussilon” pela revista “Gault-Millau” e também como o “Grand Cru do Midi” por “Hugh Johnson”.

A degustação

A vinícola Daumas Gassac é admirada no mundo todo. Seu terroir privilegiado tem características do Médoc, em Bordeaux, o que oferece a oportunidade de se produzir grandes vinhos, com potencial de guarda elevadoe grande longevidade.

Nos vinhos brancos destacamos o Daumas de Gassac Blanc 2009, pelos seus aromas complexos e interessantes, pelo corpo e pela elegância: Um vinho de “Primavera”!

Degustando os vinhos! Show!

Nos tintos o destaque ficou para 2 vinhos:

O Fígaro Rouge 2009, pela fruta, leveza e excelente custo X benefício. E o outro foi o Daumas de Gassac Rouge 2008, considerado o melhor vinho do sul da França e um dos melhores tintos do país, pela complexidade e pelo potencial de guarda (mais de 40 anos: Eu queria chegar até lá para provar!).

Abaixo todos os vinhos degustados:

– Fígaro Blanc 2009: Vinho refrescante onde se destaca a fruta, das uvas: Clairette 30%, Vermentino 30% e Sauvignon Blanc 40%. Ideal para harmonizar com mariscos, ostras, com acidez elevada. 11,5% de álcool. Faixa de preço: R$ 35,00

– Réserve de Gassac Blanc 2008: Um corte das uvas Sauvignon Blanc e Chardonnay, idel para acompanhar peixes e massas. Um vinho fresco de verão, com toques de limão e aroma de frutas, que não passa por madeira. Teor alcoólico 13%. Faixa de preço: R$ 76,00.

– Daumas de Gassac Blanc 2009: Composto pelas uvas Viognier 30%, Chardonnay 30%, Petit Manseng 30% entre outras. Um vinho com estrutura, aromas frutados, com leve toque mineral. Vinho que pode ser guardado e apresentar toda a sua complexidade e evolução na garrafa. Teor alcoólico 13%. Faixa de preço: R$185,00.

– Fígaro Rouge 2009: Um vinho para o dia a dia. Uvas: Carignan 50% e Grenache 50%. Frutado, aromático, leve e muito interessante em nosso ponto de vista. Leve doçura no palato e excelente preço. Teor alcoólico 13%. Faixa de preço: R$ 35,00.

– Guilhem Rouge 2009: Um vinho menos adocicado no palato que o anterior. Das uvas Syrah 30%, Grenache 30%, Carignan 25% e Alicante 15%. Teor alcoólico 13%. Faixa de preço: R$ 38,00.

– Réserve de Gassac Rouge 2008: De todos os vinhos, o que menos apreciamos, talvez por pedir “alimento”. Corte das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Teor alcoólico 13%. Faixa de preço: R$ 76,00.

– Daumas de Gassac Rouge 2008: Vinho vinificado como um Grand Cru de Bordeaux. Compexo, elegante, harmonioso e completo! Das uvas Cabernet Sauvignon 80% e os outros 20% de outros 10 tipos de uvas. Teor alcoólico 13% e faixa de preço: R$ 185,00.

Bruna (Sommelier), Sílvio (Goa Bebidas), Renato Spedo (Sommelier)

Claudio e Almir

Enfim, vinhos que compõem um portfólio honesto e que se somam na grande gama de produtos desta que é hoje, considerada uma das maiores importadoras do país, a Mistral.

Saúde amigos!