Desafio de Pinots coloca Califórnia em primeiro lugar

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Estive no Armazém do Barão, loja gourmet localizada no Campo Belo para um desafio de vinhos da uva Pinot Noir.

Cinco vinhos degustados ás cegas, um de cada país e degustados por blogueiros e especialistas do mercado.

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O Armazém do Barão é um espaço para amantes da gastronomia e de bebidas. Uma grande variedade de vinhos e cervejas pode ser encontrada. E entre massas, molhos e azeites, é possível se divertir com aromas e sabores vindos das mais variadas partes do mundo.

Ambiente aconchegante, loja muito bem montada e localizada, dando ideia de que estamos em casa. As opções não são poucas e os preços muito bons!

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Mas voltando ao desafio dos vinhos avaliados. De forma bem tranquila analisamos cada um deles. No final, entre pinots da França, Chile, Nova Zelândia e Argentina, o vencedor foi o Pinot Noir De Loach da Califórnia, vinho importado pela Wine Experience.

E realmente ele agradou bastante. De corpo mais intenso que uma pinot da França, tem aromas de amoras e morango, um leve toque herbáceo e uma pontinha de pimenta.

O Armazém do Barão fica na Rua Edson, 930, no Campo Belo, em São Paulo.

A loja também oferece espaço intimista para eventos/gourmet, com possibilidade de preparação de pratos, cursos e apresentações (Para até 12 pessoas).

Maiores informações:

Tel.: (11) 5096-2862

www.oarmazemdobarao.com.br

 

Suvaco de Anjo 2013: Vinho de garagem com nome inusitado

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Tive a oportunidade de provar no ano passado este vinho, quando da Primeira Feira de Vinhos Naturebas da Enoteca Saint Vin Saint.

Posteriormente, provei com mais calma a garrafa que comprei, antes do natal, mas como as coisas são corridas, somente agora conclui o texto.

Claro, de cara o vinho já me chamou a atenção pelo nome sugestivo e bem dentro do espírito do Blog Vinho dos Anjos: Descontraído, sem frescuras e para poucos que apreciam.

Meu Blog busca se expressar de forma direta e sem rodeios, como eu digo “Uma forma diferente de ver e tratar os vinhos”.

Mas vamos ao Suvaco. Composto de duas uvas, a Pinot Noir vinificada em branco (75%) e de Chardonnay (25%). Possui cor intensa, resultado de sua “não filtragem”.

Conversei com o Eduardo Zenker, proprietário da vinícola e também quem elabora o vinho.

As informações passadas foram exatamente as que percebi no vinho.

As uvas são provenientes de seu próprio vinhedo, localizado em Garibaldi, masi precisamente em Carlos Barbosa, RS, sendo que as duas foram vinificadas juntas. Primeiro a Chardonnay foi esmagada, em seguida juntou-se o mosto da Pinot Noir.

Foram feitos mais de 2000 litros do preparado para o vinho, sendo que para este vinho são previstas de 300 a 500 garrafas de produção, dependendo da demanda, quando serão engarrafadas.

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Tem leveza, baixo teor alcoólico (10,4%) e uma cor exuberante, um alaranjado, meio salmão, puxando para tons brilhantes de amarelo.

O Vinhedo: Vinhas da Loucura.

Não tem a limpidez de um vinho filtrado, apresenta opacidade, e nem precisa ser límpido, sua proposta é outra, é a experiência do vinho da taça para a boca.

Envolvente, bem fresco, tem um corpo médio e envolvente.

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Talvez a referência aos anjos tenha sido dada por ser realmente envolvente, delicado, meio enigmático, sutil.

O suvaco, uma referência aos aromas estranhos, dificilmente identificáveis á nossa biblioteca olfativa, mas vamos lá, pode ter um toque de suvaco mesmo, na sutileza achada no seu esplendor.

Vale a experiência, vale a experimentação sem comparativos, isto é Suvaco, Suvaco de Anjo, agora, no Blog Vinho dos Anjos. Salut!

Contato para pedidos:

Eduardo Zenker

edu.zenker@yahoo.com.br

“A adega escura… Um lugar para os fortes” Herú Pinot Noir 2009

Os vinhos deitados na adega escura escondem as preciosidades das histórias, do passado, das conquistas e das emoções.

A adega é solitária, silenciosa, introspectiva. Na penumbra das luzes tremulantes laterais, as sombras se formam nos gargalos, as portas de entrada dos líquidos trabalhados anos a fio.

Saudosos dos anos longínquos, os rótulos não apresentam mais o colorido do passado, a jovialidade vibrante do início, da concepção. Agora eles são, vinhos de guarda…

Em constante evolução, o vinho se transforma dia a dia, numa lenta mudança de cores e aromas, perceptível somente no momento que são abertos.

As escadas conduzem ao recinto fechado, onde a temperatura é constante, onde não existem oscilações de calor. Lá o tempo parece ter parado.

E paramos para olhar atentamente cada detalhe, as inscrições como coisas do passado remoto, revelam o RG, a característica do que cada garrafa esconde, são os marcadores, os marcadores do tempo, da digital, das castas emblemáticas que só uma adega especial pode ter.

Não é comum termos esta visão ela é a vivência de poucos, de apaixonados, de privilegiados no mundo dos vinhos.

É o lugar para os fortes, os vinhos fortes, os “escolhidos” os que sobreviverão ao tempo, mais que o próprio homem.

Assim é o Herú 2009, Pinot Noir do Chile, do Vale de Casablanca.

Um vinho enigmático desde a sua concepção.  Para ser guardado e apreciado nos grandes momentos. Seu nome evoca a perfeição, que é o espírito deste vinho.

O duende é o símbolo deste vinho. Contém a magia e o encanto, traduzidos na palavra e na expressão da fruta marcante.

O aroma é refinado, com toque de frutas vermelhas frescas e especiarias.

É equilibrado, harmônico e tem um incrível potencial de guarda.

Pontuações: A safra 2009 recebeu 91 Pontos da Wine Enthusiast

A decisão de se escolher o Herú para abrir, torna o momento especial, seja hoje, ou daqui 10 anos. É um momento a ser sempre compartilhado, aos mais íntimos, aos amigos mais caros, mais presentes, mais próximos do nosso coração.

A adega escura, ainda continuará a ser paro poucos, para os poucos e fortes que atravessarão  as estações, as mudanças no tempo, nos próprios vinhos e na sociedade.

A adega escura nos trouxe hoje o Herú, um dos vinhos fortes que contará sua história no tempo.

Onde encontrar: http://www.vinnobile.com.br/produto/100/4259/ventisquero-heru-pinot-noir-2005

Como foi o Seminário e a degustação de vinhos da Borgonha em Abril

Não escrevi antes porque fiquei pensando como descrever o que tenho na mente, sobre o sabor e os aromas dos vinhos da Borgonha.

O Seminário foi muito bem apresentado, organizado e produtivo.

O Seminário: Organização e cuidado na apresentação

Contou com a tradução da Alexandra Corvo, e com um público focado e interessado.

Provamos oito vinhos, cuja lista segue abaixo.

– Bourgogne Blanc, Cevée des Forgets, 2010, Domaine Patrick JAVILLIER: Vinho branco. Muito mineral, porém com aromas contidos. Muita acidez, média persistência, na boca limão. Não permite envelhecimento, bom para consumo rápido.

– Bourgogne Hautes Cotes de Nuits, 2010, Domaine Philippe GAVIGNET: Vinho tinto. Aromas de groselha e leve herbáceo. Na boca sensação de leve adocicado, alta acidez e cassis. Um vinho ainda jovem. Depois de um tempo na taça, revelou-se mais complexo e completo.

– Pouilly-Fuisse, 2009, Domaine Pascal ROLLET: Vinho branco. Aromas de defumado, a fruta apareceu pouco. Na boca, a mesma sensação de defumado, boa acidez, glicerol abundante e bem perceptível.

– MERCUREY, 2009, Domaine du Château de CHAMIREY: Vinho tinto, frutas nos aromas. Na boca as frutas são menos presentes. Maior “rugosidade”, característica mais tânica, alta acidez.

– MEURSAULT 1er Cru, Genevrières, 2009, Domaine LATOUR GIRAUD: Vinho branco, grande complexidade aromática. Na boca é untuoso, elegante. Um vinho barricado.

– GEVREY-CHAMBERTIN 1er Cru, Cherbaudes, 2008, Domaine des BEAUMONT: Vinho tinto. Aromas de cereja, grande complexidade aromática. Cor rubi com notas de envelhecimento. Grande acidez.

– CHABLIS GRAND CRU, Valmur, 2009, Domaine Christian MOREAU: Vinho branco. Bem aromático. Na boca, menos complexo, mas com expressão da fruta, como limão, pera e abacaxi.

– CORTON GRAND CRU, Le Rognet et Corton, 2008, Domaine Michel MALLARD & Fils: Vinho tinto. Muito complexo nos aromas, intenso, harmonioso, grande sensação de herbáceo.

Fizemos uma viagem pela região, ressaltada por suas características de “Terroir” e aquilo que ouvimos ser os “Climats”, ou seja, a parte dividida, a parcela única de terra que reflete o conjunto do “Teroir”.

Seria a parcela de terreno, em toda as suas características e particularidades, de forma catalogada, bem definida e própria. Estes “Climats”, transformaram a região da Borgonha, em um mosaico a céu aberto, onde cada parcela reflete a característica própria, única e especial dos vinhos de lá provenientes.

Os vinhos da Borgonha refletem uma história, construída ao longo de 2000 anos, de riquezas, tradições eaprendizado, conquistas e excelência.

Hoje, a maior produção de vinhos da Borgonha, é de vinhos brancos, da uva Chardonnay (61%), depois vêm os tintos da uva Pinot Noir (30%) e os Crémants da Borgonha (8%) e 1% de roses.

Após o seminário, seguimos para a sala de degustação. Onde tivemos contato com os produtores, uma vasta gama de vinhos, interessantíssimos e únicos.

Destaco o produtor Château Villars Fontaine – Domaine de Montmain, representado pela figura cativante de seu proprietário.

Provei todos os vinhos deste produtor e gostei de todos. Destaco o Hautes Côtes de Nuits “Clos du Château” Grand Tradition. Um vinho branco muito complexo e completo. Grande corpo para um branco, muitos aromas, grande acidez, safra 2005

Não há como não gostar dos vinhos da Borgonha. Eles refletem realmente seu produtor, a características das principais uvas (Chardonnay e Pinot Noir), em um conjunto que reúne aromas sutis, alta acidez, leveza no corpo e frescor. Se é que seja possível definir o conjunto dos vinhos da Borgonha e particularidades, como um todo.