Parma, uma cidade de muitos queijos, presuntos e vinhos – Parte IV

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Acordei cedo neste dia, peguei um táxi e rapidamente já estava na estação de trem de Bolonha. O dia estava nublado, porém muito agradável e propício para uma boa caminhada. Esta era a intenção.

Logo ao chegar comprei meu bilhete em uma das máquinas disponíveis. Fui até a minha plataforma e aguardei meu horário e o trem.

Depois de uma hora de viagem, desembarquei em Parma e sai da estação. Lá fora perguntei em italiano onde ficava o centro da cidade. Desta vez, nada de mapas, apenas o instinto me guiava e com ele sempre o imponderável e as surpresas.

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Seguindo em direção indicada, cheguei facilmente ao centro da cidade, não muito distante da estação, acompanhando os monumentos. Mas, antes dei uma parada, quando ouvi crianças brincando e o som de cantos que enchiam a praça onde eu me encontrava. Ah, que coisa boa! Criança é igual em todo lugar e é sempre uma alegria poder ver a inocência e o contentamento.

Caminhei pelas ruas de Parma e logo avistei um café, onde me sentei e pedi um Capuccino. Deliciei-me naqueles instantes. A cabeça pensava, o coração batia, e um sentimento único me invadia correspondendo ao momento: Estou aqui, estou na Itália, minhas origens, terra dos meus avós maternos.

Apesar de sozinho, minha alma se encheu de alegria, um mistura de tudo o que eu já havia lido e meus sonhos de garoto, agora estava estampado em meus olhos. Eu via e sentia intensamente o momento.

Caminhei por várias ruas de Parma, me perdi em suas ruas.

Já havia me afastado bastante do centro da cidade e agora já retornava com fome. O tempo passava.

Avistei uma placa onde se podia ler que a casa oferecia vinhos em taças e massas. Meio hesitante entrei. A casa estava lotada. Pedi uma massa e um vinho branco e uma água gasosa e prontamente fui atendido. A massa estava saborosa, recheada de ervas e queijo, assim como o vinho e o azeite de grande qualidade, muito diferente de lugares similares que encontramos em São Paulo, onde a economia se faz até no azeite.

A refeição me trouxe o vigor e depois de andar por muitos lugares, feiras livres, feiras de antiguidades. Ver vitrines de alimentos, queijos, presuntos de Parma e tantas outras coisas, decidi voltar.

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Caminhei mais uma vez em direção a estação, gravando os detalhes das ruas em minha memória para poder recordar. As bicicletas na frente da estação me chamaram a atenção, pelo grande número, assim como também a grande quantidade de imigrantes da África, eram muitos e sempre andavam em grupos.

Percebi que as atividades exercidas por eles eram sempre de venda de objetos baratos. Pensei: Que triste realidade que traz um povo de seu país a outro, simplesmente para terem uma melhor qualidade de vida, bem diferente de onde nasceram.

Muitas divagações, muitos pensamentos cruzaram minha mente e meu lado observador não pode deixar de perceber as diferenças, bem como também o forte cheiro de maconha, na mesma praça que agrupava as crianças brincando. Eram os africanos fumando a céu aberto.

Minha observação me permitia fazer uma leitura de vestimentas de todos que cruzavam meu caminho. Fosse o tocador de gaita de fole, vestido á caráter escocês, fosse a linda moça loira que passou por mim com seu cachorro Dálmata, muito rebelde e sua touca e botas pink. Nada passava desapercebido.

Caiu uma pequena chuva, nada incomodativo, Rumei para a estação e lá comprei minha passagem de volta para Bolonha.

Ao chegar, a fome já batia novamente e decidi que iria ao supermercado mais próximo.

Lanche

Lá, peguei uma baguete, cream cheese, presunto de Parma e queijo Gouda. Além de chocolates que tanto adoro.

Minha garrafa de vinho tinto me esperava no hotel, uma das que eu havia recebido de uma importadora, presente de um produtor da feira Enológica.

Tomei meu banho quente, liguei a TV e preparei meu lanche, cortei o pão sem faca, pois o hotel não disponibilizava estes utensílios, forçando o uso do restaurante.

Na TV ainda pude ouvir a música brasileira que tocava em um comercial: Bom xibom, xibom, bombom, em português, dei risada.

Após o “banquete” adormeci pensando em como seria no dia seguinte, em Veneza.