A Vinícola Masi apresentou 12 vinhos em degustação exclusiva e concorrida, promovida pelo seu importador, a Mistral, no Cantaloup.
A experiência foi única: Provar vários vinhos de uma única casta, e prová-los depois em blend, verificando as diferenças com e sem passificação e também com sistema de dupla fermentação.
Para quem não sabe, a passificação é o sistema tradicional utilizado na região de Veneza, e que mantém as uvas secando em “camas” de bambu, de forma controlada, fazendo com que a uva desidrate, perdendo água e concentrando aromas e açucares, antes de serem vinificadas.
Começamos com brancos. Primeiramente um branco Pinot Grigio. Vinho curto, fresco, pronto e com boa acidez. Em seguida um Verduzzo, também branco. Uva de aromas mais intensos, e de coloração amarelo brilhante. O blend foi formado das duas castas, dos dois vinhos provados. Formando o Masi Masianco Pinot Grigio & Verduzzo Delle Venezie IGT.
Um vinho moderno que concentra a acidez e a persistência, rico em aromas, muito elegante. Proveniente da região de Friuli, região nativa da uva Verduzzo. Harmoniza com peixes, e carnes grelhadas brancas. Teor alcoólico de 13%.
Em seguida o primeirode três tintos que compuseram o blend. Uva Molinara. Um vinho sem passificação, com aromas de cereja e pimentão, sem passagem por madeira e bem seco no palato. A outra casta foi a Rondinella, também sem passificação. Uva de casca grossa e espessa, com aromas de bosque. Na boca, bastante corpo, mirtillo, bastante tânico. Frutas negras. E por último a Corvina, muita fruta e equilíbrio.
O blend formado foi o Bonacosta Valpolicella Clássico DOC. Um vinho complexo com frescor, boa acidez, harmonia, que passa em madeira. Uvas cultivadas no mesmo local onde são produzidos os Amarones, região de ótima exposição ao sol. Excelente para acompanhar carnes grelhadas, sopas e massas. Teor alcoólico 12%.
Em seguida mais três tintos, neste caso, passificados. Molinara, Rondinella e Corvina, formando o blend Campofiorin Rosso Del Veronese IGT 2007. Um dos grandes vinhos deste produtor, que utiliza a dupla fermentação. Elegante, toque de especiarias. Utiliza 20% de uvas pacificadas e 80% de uvas frescas. Passagem de 16 a 18 meses em barricas grandes. Um vinho de alta longevidade, complexo e elegante.
Por último o Costasera Amarone Della Valpolicella Clássico DOC 2007 (Molinara, Rondinella, Corvia). Neste caso, todas as uvas 100% pacificadas por 3 a 4 meses em “camas” de bambu. Um vinho potente, encorpado e fino, com boa estrutura tânica, muitíssimo elegante. Teor alcoólico de 15%. Harmoniza com carnes vermelhas e queijos maturados. Sensacional!
Sr. Almir, boa tarde!
Espero que esteja bem e que o blog ainda esteja funcionando. Vi que a postagem é de 2012.
Gostaria de saber como é a dupla fermentação? Poderia me dar uma breve explicação?
Abraços.
Na verdade migrei para site e não sou mais blog. Você deve estar com o endereço antigo. O correto é http://www.vinhodosanjos.com.br
Se no caso seu interesse é a dupla fermentação para espumantes, saiba que é o que ocorre para que possa se obter o gás.
Existem dois métodos, charmat (A segunda fermentação do mosto ocorre em tanques de açõ inox. E o método tradicional (Chamado de Champenoise. Termo que pode ser usado apenas na França, em Champagne). Neste método a fermentação ocorre dentro da garrafa, as leveduras ativas continuam trabalhando. Esta fermentação é que gera o gás e as borbulhas. neste método as garrafas ficam em uma determinada posição dentro das caves e são giradas 15° de tempos em tempos para que as borras não se fixem. Após o período necessário para estarem prontas, todas as borras e resíduos de leveduras ficam na boca da garrafa. São eliminadas no final do processo. É mais ou menos por aí. Mas há também a fermentação dos vinhos do Porto, neles se adiciona a aguardente vinílica e a fermentação se reinicia.