Doña Paula apresenta vertical de quatro safras da uva Malbec

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O sinônimo é de vinhos de qualidade, terroir excepcional e elegância

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Em encontro com o enólogo Martin Kaiser, ainda comemorando o mês da uva Malbec, pude provar quatro vinhos emblemáticos em uma vertical de quatro safras bem distintas dos vinhos Sellecíon de Bodega Malbec.

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Safra 2008: Vinho que apresenta coloração rubi, no nariz notas compotadas, couro, já com características terciárias, fruto da evolução em garrafa. Também um pouco de ervas e tabaco se fizeram presentes no nariz. E embora em boca a acidez já não seja a mesma de sua juventude, ainda é um vinho “vivo”, integrando fruta e taninos aveludados (aterciopelado) pelo tempo.

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Safra 2012: Mais frutado e com maior acidez que o anterior, já se percebe a transição entre o uso de barricas usadas e novas no blend. Equilibrado, frutado, é intenso aromaticamente e redondo em boca.

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Safra 2015: Junto com o 2020 foi a safra com a qual mais me identifiquei. Claro, um toque de maior jovialidade. Nada como a uva malbec cuidadosamente envolta em equilíbrio entre terroir e amadurecimento.

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Safra 2020: Um vinho pronto! No ponto em se tratando de equilíbrio entre acidez, madeira e fruta. De Gualtallary, Vale do Uco, muito bem integrado e macio. Proveniente de vinhedos de poda em “cabeza”, situado no leito de um riacho. Cor violeta profundo, aromas de frutas vermelhas e negras, toques de especiarias. Final longo, ótima acidez e equilíbrio em boca. Final longo e persistente. Passagem por barricas novas de carvalho francês por 24 meses.

Me transportei a cada região e terroir, ao provar os vinhos com suas características próprias que influenciaram na concepção do produto final em garrafa.

As regiões de Ugarteche, Luján de Cuyo (Finca El Alto) de Gualtallary, Tupungato (Finca El Alluvia) El Cepillo, San arlos ( Finca Los Indios) na Argentina, englobam muitos estudos e experimentos que resultaram em vinhos que refletem o extraordinário potencial destas regiões. Aproveitar o que cada uma pode proporcionar é trabalhar de alquimia na terra e seus solos distintos, bem como na elaboração de cada vinho, seja com leveduras adicionadas ou indígenas, seja com uso de barricas novas e usadas, bem como a permanência em garrafa antes de ser lançado no mercado.

Embora a escassez de água seja uma preocupação constante exigindo um cuidado maior com a planta, bem como as mudanças climáticas influenciando dia a dia a vida do vitivinicultor, a motivação para a utilização da área como plantio, vem do frescor que proporciona e da qualidade que alcança, sempre mirando a elegância. São estas as características buscadas hoje, na gestão deste reconhecido enólogo Martin Kaiser (Winemaker of The Year – Tim Atkin – 2020), enólogo da Doña Paula eleito Viticultor do Ano.

As castas cuidadosamente selecionadas refletiram no resultado final dos vinhos, juntamente com todo o conjunto do terroir em suas regiões diversas, fazendo com que a uva Malbec, seja o motivo de uma busca de aprimoramento constante.

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Sobre a Vinícola

Fundada em 1997, Doña Paula é uma vinícola Argentina onde todos os vinhos são oriundos de vinhedos próprios. São 703 hectares de vinhedos localizados nas melhores áreas de Mendoza, trazendo identidade para cada linha de vinhos.

 

 

 

 

Donã Paula, Argentina: 25 anos de aventuras com a Malbec

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Diretor de viticultura e enologia Martin Kaiser apresenta os vinhos e destaca o terroir

Para aqueles que apreciam um bom vinho e histórias, a emblemática vinícola da Argentina, fundada em 1997 é parte fundamental na compreensão do trabalho desenvolvido nos vinhos e vinhedos daquele país.

Com sua primeira produção registrada em 1999, a vinícola se desenvolveu ao longo dos anos, tornando-se um ícone na produção da uva Malbec e outras castas, na busca pelo melhor e mais adequado terroir para cada parcela.

Foram muitos estudos como parte integrante do Programa de Investigação Terroir em Foco. Em análise o solo, a parte climática, os clones, altitude entre tantas outras variáveis que influenciam no resultado final na garrafa.

Identificadas estas variáveis e a exata adequação na produção da vinícola, vieram os grandes vinhos e o reconhecimento mundial.

Na apresentação e jantar harmonizado com a presença e explanações de Martin Kaiser, pude experimentar algumas amostras, parte deste exaustivo trabalho de busca pela perfeita adequação vinhedo/vinhos.

Dos vinhos provados seguem:

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– Doña Paula Estate Malbec safra 2022: Vinho 100% da uva malbec, 90% das uvas provenientes de vinhedos localizados em Alluvia Gualtallary, a 1350 metros de altitude, os outros 10% de Los Indios, El Cepillo, a 1100 metros de altitude.

Como característica de solos, temos solos pedregosos no primeiro local e franco-arenosos no segundo.

A colheita é manual e os vinhos estagiam em barricas de carvalho francês novas, de segundo e terceiro usos, por 12 meses.

A intensidade do vinho contrasta com sua elegância , entregando aromas  de violeta, frutos negros e especiarias. Evidencia também notas minerais, algo de grafite, dando ao conjunto de sensações bastante frescor, concentração e estrutura.

A ideia nos vinhos denominados de ”Altitude Series” é de complexidade, elegância e expressão do terroir, todos com grande potencial de envelhecimento (de 10 a 15 anos), como veremos abaixo:

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– Donã Paula Altitude Series 969 safra 2022: Este blend é composto de 55% Petit Verdot, 40% Bonarda e 5% Malbec. Proveniente do vinhedo El Alto em Ugarteche, Luján de Cuyo, é proveniente de solos pedregosos (Petit Verdot) á 1030 metros de altitude, de solos argilosos com cascalho e seixos, á 908 metros de altitude (Bonarda).

Cada variedade é elaborada separadamente em ovos de cimento. Em seguida é feito o blend e estágio em ovos de cimento novamente, em seguida engarrafado.

Como características olfativas temos aromas de mirtilo e jasmim, de amoras e framboesas. Em boca apresenta ótimo volume, é frutado, com final longo e prolongado.

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– Donã Paula Altitude Series 1100 safra 2022: Blend das uvas Malbec (60%), Syrah (30%) e Cabernet Sauvignon (10%). Este vinho é proveniente de 3 blocos do vinhedo de Los Indios, localizado em El Cepillo, San Carlos, Valle de Uco, a 1100 metros de altitude. O solo é franco-arenoso, com alguns depósitos de cascalho e pedras de origem coluvial.

De coloração violeta profundo, apresenta aromas florais de violeta e rosa mosqueta e notas picantes. Em boca tem taninos sedosos, ótima estrutura e complexidade. Cada parcela é fermentada separadamente e após é feito o blend que envelhece em barricas novas de carvalho francês (20%) e 80% usadas, por 18 á 20 meses.

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– Donã Paula Altitude Series 1350 safra 2022: Proveniente de 2 blocos do vinhedo de Alluvia em Gualtallary, a 1350 metros de altitude, de solo arenoso com aluviões e pedras calcárias, este blend é composto de 50% Cabernet Franc, 45% Malbec e 5% Casavecchia. No nariz notas picantes e florais e aromas de frutas vermelhas.

Em boca é longo e persistente, estruturado e elegante. Passagem de 20% em barricas de carvalho francês novas, durante 16 meses.

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– Donã Paula Selection de Bodega safra 2019: 100% da uva Malbec, este é o vinho que representa toda a expertise adquirida com esta uva, evidenciando a história da vinícola, desde a sua primeira safra. Estagia 24 meses em barricas de carvalho francês novas (50%). É equilibrado, intenso, sofisticado e elegante. Suas uvas são provenientes de Alluvia em Gualtallary, Tupungato, a 1350 metros de altitude.

No nariz aromas de frutos silvestres como mirtilo, amoras e framboesas. Em boca é fresco, taninos redondos e robustos, final persistente e elegante.

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Vale ressaltar a harmonização com cada um dos vinhos e a simpatia do Martim Kaiser. Foi um show em vinhos e uma excelente oportunidade de aprendizado.