Talvez alguns estejam esperando a matéria de cobertura do evento sobre os Vinhos Biodinâmicos.Claro, ela virá em seguida desta pequena, mas importante explanação.
Estive sim, no evento dos vinhos biodinâmicos e também orgânicos. Neste conceito, percebemos e entendemos claramente a proposta formulada por Rudolf Steiner da Antroposofia e pedagogia Waldorf.
Mas, neste conceito, me dispus a entender e conceber a questão da biodinâmica como um todo. No todo, estamos nós, seres humanos, com nossos anseios e crenças, nossas virtudes e paixões.
O que vai além, à questão da biodinâmica, é a filosofia de vida, o conceito, uma manifestação da alma que necessita, que procura e busca ser melhor.
Vamos esquecer todas as paixões, interesses comerciais ou dentro do capitalismo que envolve transações. Estou falando de algo maior, nosso “eu”, nossa “dinâmica” de vida, nossas esperanças, anseios, desejos e conquistas. Sim, pois a conquista que gera a paz, é a conquista da alma, a alma doada, a marca consagrada, nos vinhos, na vida, na videira, no terroir, na questão inconfundível da dedicação familiar no plantio, que foge do conceito “apenas lucro” e caminha no conceito do “representar algo importante”, a energia que se demonstra através daquilo que se pode produzir com amor.
Ah!, no mundo capitalista ainda há lugar para o amor, o amor pela arte, o amor pelo conceito, o amor depositado na vinha que cresce, floresce e da seus frutos, que transformados em vinhos servem ao homem, servem á natureza, servem ao conceito verdadeiro da energia empregada pelo idealizador e compilador da Antroposofia Waldorf, Rudolf Steiner.
Se há alguém que possa questionar estes conceitos, eu diria: “Vivá-os, como pude vivê-los e vivenciá-los na prática em minha formação, desde a infância, nos estudos numa Waldorf”.
O que posso dizer é que o conceito na prática, transforma, transmuta, transcende a alma, quando se almeja e objetiva o melhor, a parte pura, o “eu” vivenciado em seus aspectos mais complexos: corpo X alma e transformados na palavra “amor”.
Deixemos pois, que o vinho transcenda a alma, o conceito, o ser, e seja o reflexo da existência do conhecimento somado para o bem, sem distinções.
Não se surpreenda com a leitura, Talvez os “Anjos” tragam mais segredos do se possa supor em todas as filosofias.
Ao se compreender, por exemplo, que há algo de maior ao se enxugar uma lágrima derramada, do que o próprio gesto de fazê-lo, percebe-se que a Antroposofia é algo a ser sentido e interpretado, mais do que simplesmente rotulado em um conceito.
A Biodinâmica, que para uns não passa de “filosofia barata”, é um universo a ser compreendido, no seu contexto total de universalidade. Não é uma idéia ou crença apenas. É uma “Filosofia de Vida”, algo como “Ter amor pelo que se faz”.
O vinho, neste caso, é o veículo, e como já disse anteriormente, é a marca, a digital, a fotografia de quem o produz.
Ah! Alguns irão dizer: “Mas isto é uma viagem!”.
E poderemos compreender que é muito mais. É um conceito que se materializa de uma idéia, de uma crença, como algo que pode ser oferecido, não como apelo de marketing: “Biodinâmico”, mas como uma alternativa saudável e válida, de um conceito de vida. A vida na sua dinâmica, a BIODINÂMICA.