No dia seguinte acordei cedo, iríamos para outro produtor. Sai na sacada e observei abaixo a japonesa no balanço de uma árvore, pensei: Ela deve estar feliz!
Socamos as malas no carro (eram muitas) e fomos até o vilarejo próximo onde iríamos tomar café, conduzidos pelo produtor/enólogo. Ao chegarmos o local estava fechado e tivemos que improvisar comendo um croissant e tomando um cappuccino logo ali perto.
Seguimos para o novo outro produtor, visitamos a propriedade, provamos os vinhos ainda da barrica, mais os vinhos engarrafados e adivinhem?
Fomos convidados a almoçar com a família. Agora não era mais o mesmo grupo, fomos divididos e por mais estranho que possa parecer, estava eu, o mesmo americano falante e uma russa. Sim, uma russa bem simpática, mas reservada.
O diretor que nos mostrou a propriedade era casado com a mulher que nos acompanhava. Vestida de preto, cinto largo e botas. Á mesa estavam além de nós, os sogros do diretor e a filha de mais ou menos uns 14 anos de idade.
Notei que o diretor estava era cansado da família, da sogra, do sogro e da “linda” esposa. Nossa Senhora! Dela eu só via os “lindos” dentes e o cabelinho chanel, coisa linda!
Fomos muito bem recebidos e servidos. Vinho á vontade, macarrão e uma carne deliciosa de porco. E entre conversas e goles, o americano perguntou sobre trufas. Ele só falava de trufas: Truffles! O que acabou nos levando para outra propriedade, uma loja especializada em trufas a Tartufi Nacci, localizada em San Miniato (www.tartufi-nacci.com).
Lá o americano comprou sua trufa, seus produtos trufados e retornamos ao produtor onde nos aguardava mais uma visita e vinhos. O americano feliz sorria com suas trufas e sua cara de boneco.
Seguimos mais uma vez com toda a bagagem (coisa meio idiota), para o ponto de encontro e novo produtor. Desta vez, o grupo foi maior, estávamos em seis pessoas.
Chegamos apertados na van e logo o grupo estava reunido. Desta vez, o destaque era um comprador da “Esbórnia”, na verdade da Estônia, só podia ser. Um urubu de preto, chato, falante, sarcástico, um mala pesado de se carregar. Pra mim, era o “Urubu da Esbórnia”
Confesso que já não me importava mais com as pessoas, o cara era mala e parte do grupo todo sem noção. Entre eles, um casal que não se dizia casal (Da República Checa), ela “fotógrafa” ele comprador. Mas no final estavam abraçados na van, sob a chuva que cai leve e intensa.
Foram mais vinhos, mais provas e seguimos novamente nossa jornada de graus etílicos e comida.
Acho que me perdi nos relatos de tantos produtores, esqueci-me de relatar um deles onde almoçamos e degustamos mais vinhos, mas não importa…
Novo ponto de encontro, nova propriedade, novo quarto de frente a paisagem, cansaço, vinhos, comida, sem mulheres…
Capotei no quarto, mas havia horário, levantar, tomar banho, e seguir de carro para o restaurante. Lá, uma fileira de vinhos e comida á vontade.
Voltei exausto… dormi e acordei, parti e não me refiz. Rumo a outro produtor, vinhos, provas e lá estava eu mais uma vez, terminando a noite com provas de vinhos no produtor Badia Morrona, eu, o americano e a russa. Conhecemos toda a cantina, e seguimos para a prova.
Após a prova, banho e jantar. Meu corpo não respondia, afundei na banheira e lá permaneci o quanto pude…
Segui para o restaurante, a gripe me pegava. Garganta, ouvidos, nariz, tudo. Um mal estar enorme. Mas segui para o restaurante, imenso, onde estávamos somente nós…
Bisteca Fiorentina, sopa, pães, embutidos e remédio, eram tudo o que eu precisava. Nem reparei na linda cama, cheia de babados que me esperava, muito delicadamente. Se acha que estou brincando, dê uma olhada.
O café da manhã me esperava e com ele toda a minha gripe se renovava em espirros e tosse.
Conforme solicitei, fui encaminhado para o hotel Cavaliere, onde deixaria as bagagens e me encontraria com os brasileiros a fim de aproveitar um pouco da manhã, pós-massacre de produtores.
Assim foi feito. Já no hotel e junto aos brasileiros, saímos em caminhada pela chuva (sim chovia) pelas ruas de Florença. Logo o sol apareceu e me possibilitou lindas fotos, entre um espirro e outro…
A energia não mais estava comigo, eu desfalecia e andava me controlando. O dia ainda demoraria a acabar…
Decidimos novamente voltar ao 4 Leone, o restaurante que tanto gostamos Seguimos para lá, tentei me animar e recobrar as forças. Almoçamos alegremente, com vinhos, é claro.
Na hora exata, partimos e retiramos as bagagens seguindo para o aeroporto.
Embarcamos. Seguimos primeiro para Paris e em conexão peguei o voo para São Paulo.
Estava morto, quase morto e nas longas horas de voo (quase 12 horas), me segurei com a gripe, o mal estar e a febre.
Aterrissei em São Paulo, peguei as bagagens e respirei o “agradável” ar da nossa cidade.
Eu estava de volta, eu e minha gripe Toscana. Para não esquecer!
A sua cama realmente tinha muito babado.
Acredito que seja muito confortável mas eu como mulher também não gostaria de uma cama tão frufru assim. Rsrsrs.
Concordo, não me senti confortável, srsrsrs, mas era o que tinha…
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Realmente Almir… Esta viagem foi corrida e fantástica ao mesmo tempo! Uma experiência ímpar!
A Toscana ficará na memória e suas impressões levaremos para a posteridade!
Ótima reportagem!
Obrigado minha querida amiga Márcia. Já estou com saudades das nossas risadas! Bjs