Sem sombra de dúvida gosto de um vinho bem feito.
A Bueno Wines tem tido um crescimento de qualidade na busca por vinhos diferenciados e de qualidade, isto é inegável.
Percebemos o cuidado na elaboração dos rótulos, do conceito no vinho e de uma identidade própria. Um bom foco de um produtor no mercado de vinhos nacionais.
Claro, uma mão na Itália e outra no Brasil ajudam bastante no desenvolvimento de produtos e sua elaboração dentro de uma linha de pensamento e conceito.
A Bueno Wines surge como uma marca forte, presente na qualidade de seus vinhos e de uma paixão pelo vinho, de andanças pelo mundo, de seu proprietário Galvão Bueno.
Acertando o passo neste crescimento, o enólogo Roberto Cipresso, italiano da região do Vêneto, inspira-se nos melhores “terroirs” e na busca das adequações ao Brasil, nos vinhos que com certeza iremos ao longo do tempo poder provar.
Para esta degustação totalmente harmonizada, tivemos os seguintes pratos e vinhos onde coloco minhas observações pessoais vez ou outra.
Na entrada, Espumante Bellavista Desirée Brut Rosé, um espumante leve elaborado pelo método Charmat, corte das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir.
Apresenta coloração rosada puxando para a ferrugem de “casaca de cebola”. Leve e brilhante, apresentou um perlage muito fino e constante.
Da região da Campanha Gaúcha tem no nariz frutas vermelhas e toque floral. Harmonizou com seleção de canapés tipicamente italianos.
Para harmonizar com a entrada, uma polenta com queijo, o vinho servido foi o Bellavista Estate Pinot Noir 2012, também da Campanha.
Fresco e elegante, este Pinot Noir tem uma identidade própria, muito agradável na boca e nariz, formando um conjunto elegante. O leve toque do amadurecimento em carvalho francês confere um toque de tabaco e chocolate branco delicioso.
Tem boa estrutura e é um vinho marcante, em minha opinião. Muito bem resolvido com a polenta em termos de harmonização.
Em seguida um prato de Rigatoni alla Siciliana, harmonizado com o vinho Paralelo 31 – 2011.
O Paralelo 31 é um blend das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot. Tem passagem de 12 meses por em barricas novas de carvalho francês e americano.
Um vinho vermelho rubi, com notas no nariz de fruta madura com toques de tabaco.
Em boca é redondo e integrado, apresentando boa acidez, notas de balsâmico e taninos equilibrados.
Ótimo para harmonizar com uma massa mais elaborada, carnes de caça e assadas.
Provamos também mais dois pratos, um Risotto e um Filetto, os vinhos servidos foram o La Valletta, e o Brunello.
– Bueno La Valletta Sangiovese 2011: Vinho 100% Sangiovese, produzido na Toscana, Itália e vinificado em Montalcino sob o comando de Roberto Cipresso.
Gostei muito deste vinho. É elegante, tem taninos macios, sendo bastante complexo nos aromas e em boca.
Apresenta aromas de frutas vermelhas, um toque de rosas, ameixas e balsâmico.
Em boca revela toda a sua exuberância, tendo frescor e fruta na medida.
Passagem por 14 meses em barricas de segundo uso de carvalho francês, o que confere uma integração e suavidade sem a agressividade da madeira, tudo muito integrado.
São três os Brunellos da Bueno Wines, safras 2004/05/e 2007.
Provei na ocasião o 2005. Vinho conduzido também por Roberto Cipresso, que passa 36 meses em garrafa e matura 24 meses em carvalho francês de primeiro/segundo uso e esloveno.
Vinho com características bem particulares. Um vinho “vivo” e que ainda apresenta grande longevidade. No nariz notas de ameixa, couro, e frutas do bosque. Em boca, leve mentolado, integrado e muito elegante. Um Brunello de complexidade digno dos melhores Brunellos que já provei.
Sobre a Vinheria Percussi não há o que dizer. Serviço impecável, pratos extremamente harmônicos e adequados aos vinhos.
Um almoço memorável para ser guardado.
Feliz estrada Bueno Wines!