Falo agora do estado mental do bebedor de vinhos e do que isto pode representar no momento da criação de sua obra: A arte.
Comecei a minha carreira como desenhista. A criação era o ponto diferencial além da habilidade em lidar com as cores e formas, criando o diferente e afastando-se do comum. O momento da criação era único, pessoal e exclusivo.
Claro que a bagagem emocional e teórica iluminava este momento pessoal. Mas os vinhos já estavam presentes, mesmo com pouco conhecimento á respeito.
Minha primeira degustação já tem quase 26 anos, foi uma degustação de vinhos alemães, da qual nunca esqueci, pelos sabores e a alta qualidade: era da Mösel.
Minha aura de criação surgiu quando eu ainda era muito novo. Adorava desenhar e possuía um alto poder criativo, tendo uma percepção e observação das coisas, já bem desenvolvida.
O vinho vem ocupar um espaço em que se atrelam os sentidos, como já pude falar em outra ocasião, no post dos “seis sentidos” (http://tinyurl.com/3p6a6eq) e a criação. Sim, porque ele é concebido pela criação da natureza em confluência com o terroir, em todos os seus mais variados aspectos, e manipulado pelo homem, no blend, no envelhecimento, no momento da inspiração, ou criação.
Há algo de muito divino nos vinhos, e tudo o que é divino é criação.
Vamos observar que o vinho de altíssima produção, perde as características da individualidade e caminha para a massa. Assim, ele pode ter sido gerado em um momento de criação, que visava exatamente este aspecto: o consumo em larga escala, para alcançar o maior número de paladares e ser acessível financeiramente
O papel deste vinho está cumprido, quando de sua criação, pois a criação é o objetivo proposto na formulação.
Criar exige algo que se chama “transportar-se” “deixar-se” levar. Percorremos as esferas superiores das ondas mentais criativas e trazemos a idéia, plasmando e transformando em algo palpável, o vinho.
O trabalho final, ou obra é o conjunto dos aspectos emocionais, criativos do momento, do instante único da confluência com Deus.
