O vinho e os seis sentidos (ou terceira visão)

saber ver além...

Não dá para falar de vinhos sem falarmos dos sentidos.

Sim, temos cinco sentidos, é claro, todos sabemos.  

Mas e o sexto sentido, onde ele está? 

O sexto sentido seriam às nossas impressões interiores, o subliminar, nossas sensações particulares, nossa organização mental e emocional, nossa parte espiritual, que também se “alegra” com as boas sensações que o vinho proporciona, se tomado sadiamente. 

Tudo isto pelo que ele representa e representou ao longo de toda a história, e também pelo que ele pode provocar, ou seja, a união das pessoas, o grupo, a confraternização construtiva, a troca. 

Olhamos o vinho na garrafa, no copo. Admiramos suas nuances, suas cores, fazemos analogias, apreciamos as matizes, os degrades. Sentimos seu bouquet, seus aromas expandidos, suas delícias vindas das entranhas da terra, da vinificação, do manuseio, do repouso nas garrafas e no tempo… 

Apreciamos num gole, em dois, em muitos mais…

O palato se exprime, se liberta, se exalta, libertam-se as sensações, o corpo todo “fala”, se desenha em sensações delicadas ou fortes, expressivas e intensas, verdades do nosso “eu”. Nossos ouvidos se tornam atentos, acentua-se a audição, crescem as percepções do todo, sentimos a vida, respiramos e percebemos: “Estamos vivos”. 

Fazemos parte do todo, da terra á terra, união de desejos, vontade de sentir-se amado, de afugentar os medos, de exorcizar os males, vencer! 

Mas será que tudo isto é verdadeiro em um vinho? Seria isto possível num simples borbulhar de um espumante, nos taninos de um tinto, no frescor de um branco, no mistério de um rose, ou no adocicado dos vinhos de sobremesa? 

Isto só quem pode dizer, é quem se entrega á perceber, e se deixar levar, não pelo que está em volta, mas no que vai por dentro, na concentração dos sentidos apurados, na delicada e profunda paz da vida, do momento, da entrega… 

Claro que muitos não irão perceber, passará em branco. O todo desviará a atenção do particular, do único, de você… 

Mas para aqueles que gostam, apreciam e se deixam levar, o vinho trará as melhores alegrias, marcará os grandes momentos inesquecíveis, da vida, do nascimento, das uniões, dos anos comemorados, e de todas as histórias possíveis de amor… 

Deixe se levar… deixe que seu sexto sentido, dê sentido á sua vida… 

Muitos vinhos á todos!

13 pensamentos em “s”

  1. Antes de mais nada…SAÚDE!! TIM TIM!!! Um brinde a esse artigo, que mais parece poesia!!! Descreve com simplicidade, ao mesmo tempo que descreve com profundidade,para pessoas que assim como eu, não conhece dessa “arte”, mas que sabe admirar o que é bom…como um bom vinho!!! Realmente um bom vinho, permite essa entrega…”o se deixar levar.”
    Mais uma vez PARABÉNS!!! E quero que saibam, que AMO… amar….acompanhada também de um bom vinho!!!!

    • Olá Silvia. Tudo o que fazemos, fazemos com paixão e amor. Este é ao nosso ver, o caminho da felicidade verdadeira.
      Quando amamos nos damos a oportunidade da comunhão com o “todo”.
      Os vinhos são um veículo, uma forma de estarmos acompanhados ou não, no envolvimento das sensações de algo que com certeza foi feito com amor, lá, desde o plantio até chegar na garrafa.
      Um brinde e saúde. Muito obrigado por suas palavras!
      Seja sempre bem vinda!

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