Pesquisa revela que consumidores com alta freqüência de consumo de vinhos, não necessitam de alimento como acompanhamento.
Napa Valley, Califórnia, Estados Unidos – Um novo levantamento dos consumidores de vinhos contradiz as afirmações da indústria que dizia que mais se bebe vinho com comida.
O estudo que engloba consumidores que tomam vinhos com maior freqüência, relata que enquanto uma média de 41% do vinho é consumido juntamente ás refeições, a maioria, ou seja, 59% não o é, pelo menos entre os bebedores mais ávidos.
Na média os entrevistados informaram beber um quarto (26%) do vinho que consomem sem alimentos. Eles também bebem uma quantidade significativa enquanto preparam uma refeição (14%) ou com aperitivos ou snacks (19%). Assim, (em média), a maioria dos vinhos é consumida fora da mesa.
O gráfico acima mostra a distribuição dos entrevistados e o percentual do vinho que consomem sem qualquer tipo de alimento.
Nas diversas faixas etárias, ou nas diferentes gerações, os entrevistados mais velhos bebem a maior parte do vinho com uma refeição (65 anos de idade e mais velhos em média 50%), com cada segmento mais jovem bebendo um pouco mais sem alimentos.
A proporção de vinho bebido sem comida foi a maior entre as mulheres (29% X 25% dos homens) e os entrevistados mais jovens (31% da geração Y).
Como seria de esperar, o vinho é mais bebido nos finais de semana do que durante a semana, com cerca de metade do consumo na sexta-feira e sábado (24% e 28%). Apenas um terço do vinho é consumido de segunda a quinta-feira. Se consome menos vinho no domingo (16%), embora esse ainda seja o dobro da média da semana.
Durante o fim de semana, a maior parte do vinho (42%) é consumida nos fins de semana com um jantar. Um quarto adicional é bebido tanto antes do jantar (24%) e depois do jantar (23%). Muito pouco de vinho é consumido durante o brunch de fim de semana / almoços (4%) ou à tarde (7%).
A pesquisa também traduziu perguntas sobre o local de consumo. O maior consumo foi com a refeição (58%), 19% quando sentado antes de uma refeição, seguido por “quando espera no bar / lounge” (12%), e “depois de uma refeição” (11%).
A sensação de que certos vinhos não são bons sem alimento aumentou com a idade.
O vinho branco foi considerado como o tipo preferido para aperitivo ou “cocktail” e afins, apenas 25% afirmaram que preferem o vinho branco ao vinho tinto sem alimentos.
O relatório baseou-se em cerca de 800 respostas de 5500 pessoas participantes de um painel de consumidores de vinho.
De acordo com o Conselho do Mercado do Vinho, na pesquisa nacional de consumidores de vinho realizada em 2010, 9% dos bebedores de vinho dos EUA bebem vinhos diariamente e 29% bebem vinhos em média, várias vezes por semana.
As opiniões sobre os vinhos levantadas no painel, foram extraídas entre recrutados do grupo, que responde por mais de 82% das vendas de vinho nos EUA.
O estudo confirma que há uma tendência de queda do comércio de vinhos caros, o que veio ocorrendo em 2010, mantendo a faixa de preços em vinhos de US$ 20 e US$ 30.
Um número substancial grandes consumidores mantém suas compras em torno de vinhos na faixa de US$ 30, especialmente os clássicos, como Napa Valley, Cabernets e Bordeaux. No entanto, alguns consumidores estão voltando a essas categorias, e há forte tendência positiva de consumo para os vinhos do Oregon, Washington e América do Sul, bem como para a Zinfandel, Sauvignon Blanc e Pinot Noir.
Obviamente a realidade americana de consumo, difere do consumidor brasileiro, em anos luz, ainda mais agora que os Estados Unidos ultrapassaram a França no consumo de vinhos. Mas o parâmetro da pesquisa indica um direcionamento para o Brasil, a medida que o país se solidifica como um grande mercado potencial.
Fonte: Wine Opinions