O vinho…e a família

Há dias fico pensando de que forma poderia expressar o significado do vinho em minha vida.
Desde jovem, vindo de família italiana, consumimos vinho ao redor da mesa nas datas comemorativas, estando ao lado dos familiares num quintal com parreiras e figos.
Este é um registro de infância. O vinho não era bom, mas o momento era mágico e especial. Nele estava registrado através da minha avó materna, o conceito, o envolvimento, a presença e a importância da família reunida.
Com a partida da minha avó, a venda da casa e a vida atribulada de todos, vi permanecer nas lembranças os dias maravilhosos de festa e de grande amor familiar.
O vinho estava lá, celebrando a  vida, celebrando o momento e as lembranças que permanecem guardadas sem esquecimento.
Muita emoção, porque quando lembro, vivo e quando vivo vejo todos presentes novamente.
Hoje sei mais sobre vinhos e sobre vida, mas hoje conheço menos as pessoas e o que caracteriza ser verdadeiro. Um paradoxo dual, uma falta de humanidade, não sei…
O íntimo ainda é de um garoto, todas as forças convergem no querer bem, sinto a energia que envolve e sinto Deus em mim.
O vinho está sempre presente, simboliza a meditação, simboliza o amor, as viagens, a doçura e tudo o que se impregnou desde o plantio, o cuidado na vinificação, o amor de se fazer algo bom, o fruto que rendeu, cresceu e floresceu.
Se nos primórdios ele surgiu, surgiu o cuidado de se fazer algo agradável, mesmo sendo lucrativo.
Imagine quantas famílias dedicaram suas vidas na lavoura e em todo o complexo método até que o vinho chegasse à garrafa.
Tantas histórias…
Esta é mais uma história, pequena, mais cheia de significado de vida… a minha vida na busca por algo melhor.

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