Vertical de Don Melchor (2001/2006 e 2006/2007) surpreende na safra 2001

Estive no final de semana passado, reunido com amigos para uma vertical de Don Melchor.

Mas antes de falar propriamente deles, posso dizer que já começamos bem, liberando as papilas gustativas com um bom Prosecco Vino Dei Poeti Bottega Gold.

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Produzido pela Distilleria Bottega, conhecida por sua excepcional e elegante fabricação de garrafas feitas à mão e que produz este maravilhoso espumante, elaborado com uvas colhidas um pouco mais cedo do que o habitual, garantindo uma boa acidez e estrutura a partir dos melhores campos da serra de Conegliano, na região de Veneto.

Com uvas suavemente prensadas e fermentadas a baixa temperatura, este vinho é muito perfumado e depois da segunda fermentação, ele se transforma num vinho seco e espumante.

Vino dei poeti, literalmente “vinho dos poetas”, ganhou este nome por causa de um festival anual de poetas realizado nas colinas onde nascem essas uvas deste Prosecco. A forma de fluido na etiqueta mostra como a espuma jorra da garrafa.

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Mas vamos lá, ao Don Melchor. Embora houvesse 2 safras iguais (2006) na nossa degustação, pudemos verificar as diferenças entre uma e outra, além de comparar com as safras 2001 e 2007, dois extremos interessantes para esta diferenciação a análise.

O que se pode notar de qualquer forma é a grande estrutura do vinho sempre presente nas diversas safras, além de um toque todo particular na elaboração do vinho, bem característico do Don Melchor.

Como já tive a oportunidade de degustar em outras ocasiões safras que vinham desde 1999, em todos os anos, até a safra 2008, a lembrança aflorou em minha mente, tanto nos aromas como na boca. Boas lembranças que remetem o início da carreira e dos estudos.

A marca é um ícone consagrado e buscado pelos amantes do vinho estruturado e que gostam da característica dos vinhos chilenos.

Mas vamos lá sobre os vinhos degustados:  Don Melchor 2001 / 2006 e 2006 / 2007

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– Don Melchor 2001: Nesta safra a temperatura foi marcada pelas boas condições, mas na verdade a temperatura foi levemente inferior á média histórica da área, o que prolongou o período da colheita.

Não foi o ideal, mas resultou em um produto final de qualidade onde se buscou a fruta madura. Neste caso, quando abrimos a garrafa, pudemos desvendar todos os sabores e aromas.

Penso que esta safra do vinho aguentaria fácil mais 5 anos em garrafa, permitindo ainda mais evolução e descobertas.

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– Don Melchor 2006 (provamos 2 vinhos da mesma safra): Também um ano em que as uvas esperaram mais tempo para serem colhidas. Amadureceu sem pressa, na busca pela fruta e sua expressão.

Notamos diferenças nos vinhos, talvez o acondicionamento, ou mesmo a diferença entre um e outro (um estava na adega, tranquilo, o outro mais exposto). Mas ambos absolutamente interessantes.

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– Don Melchor 2007: Passou por um inverno menos frio que o normal. Passando por uma boa primavera, permitindo um bom desenvolvimento no vinhedo. Começo de verão quente, tendo caído a temperatura nos últimos meses pré-colheita, As boas temperaturas e o baixo rendimento do vinhedo, rendeu uma excelente qualidade final aos vinhos desta safra.

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No entanto ainda percebo este vinho muito novo, possibilitando a espera por muitos anos na garrafa, quem sabe para ser aberto em 2023, quem sabe…

 

Ravin apresenta vinhos chilenos e argentinos de olho no futuro

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A palestra que assisti foi sobre os “terroirs” do Chile e da Argentina e suas particularidades.

Apresentada por Pedro Parra, enólogo com experiência internacional, incluindo seis anos na França. Hoje é consultor renomado e muito requisitado pelo seu trabalho e especialização em “terroirs”, tendo sido considerado como uma das 50 pessoas mais importantes do mundo dos vinhos.

Apresentada também por Sebastian Zuccardi, profissional á frente dos vinhedos da família e um apaixonado pelo trabalho e pelo desenvolvimento do cultivo e estudo dos solos e suas particularidades.

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Não vou especificar todos os vinhos, mas ressaltar alguns que, em minha opinião refletiram o espírito deste trabalho, da busca pelo melhor e diferenciado “terroir”, em cada localidade, e extrair o melhor possível que a terra, o solo, o clima, a altitude e todos os fatores, podem influenciar no resultado em cada garrafa.

Destaco em especial o vinho Pinot Noir Pucalan Single Vineyard 2011, da marca Clos des Fous. Clos des Fous foi a marca desenvolvida para ser de vinhos fáceis de beber, frescos e minerais.

Clos significa “estúpido”, uma forma de caracterizar o projeto, pela busca muito bem definida de fazer um vinho sem as características de um chileno, no Chile. Os traços são de vinhos únicos, com toque francês mas, com uma característica sem dúvida, sem igual, inimitável e muito, mas muito estudada.

Dos seis vinhos provados do Chile, três deles foram da uva Pinot Noir. Apresentaram-se leves, muito aromáticos sendo que boa parte deles ainda não está pronta para consumo, mas já demostram um enorme potencial de guarda, notado desde o nariz, até a parte gustativa e na cor, além de muita complexidade.

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Com relação á Zuccardi, da Argentina, foram apresentadas as diferenças no “teroir” e a influência em cada localidade, tendo sido apresentados os vinhos da Linha Aluvional, Emma, Zeta e Altamira.

Destaque para o já conhecido Zeta, neste caso da safra 2009 e para o Aluvional La Consulta 2008. Vinhos complexos e com grande capacidade de envelhecimento.

No tempo, quando alguns deles estiverem no mercado, ainda veremos o contar dos anos e a identificação deste amadurecimento nos vinhos.

10 enólogos e o resultado: Um vinho sedutor e outro com caráter

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Um projeto tocado á 10 mãos, o 5×20 é a proposta de desenvolver 2 vinhos com 5 mulheres enólogas e 5 enólogos.

Dois vinhos distintos chilenos, que trazem a proposta inovadora criada por 10 profissionais do vinho e idealizada por Rafael Prieto, diretor da Top Winemakers.

Cada equipe foi responsável por criar de maneira independente dois vinhos de alta qualidade, modernos e criativos. Cada enólogo contribuiu com 20% de um vinho ainda sem mesclar, conforme o estilo, Vale e barrica utilizada na colheita 2010.

O grande desafio era unir estilos e gostos diferentes, personalidades opostas, enfoques enológicos diversos de cada enólogo e aproveitar o potencial da uva de cada vinhedo de origem.

Durante dois meses, eles se reuniram e fizeram sessões de degustações e blendings, para que todos concordassem em chegar a um novo estilo de vinho. Ambos os grupos tinham a mesma ambição: vinhos distintos, que dessem espaço para outros projetos criativos na enologia chilena.

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As cinco enólogas desenvolveram um vinho sedutor.

Um produto elegante, clássico, com muito frescor. Complexo e diferente de outros grandes vinhos, um vinho muito perfumado e com grande potencial de envelhecimento. As mulheres desenvolveram um produto com grande identidade e caráter, um estilo que de alguma forma representa a criatividade das enólogas chilenas. Participaram desse projeto as enólogas: Cecilia Guzmán (Viña Haras de Pirque), Irene Paiva (Viña Vistamar), Cecilia Torres (Viña Santa Rita), Ana María Cumsille (Viña Altair) e Macarena Morandé (Viña Costa Blanca).

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Os cinco enólogos desenvolveram um vinho com caráter.

Os homens desenvolveram um produto único, muito diferente. Uma proposta com syrah de clima frio. Um vinho vivo, com muita força, frescor e acidez. O resultado foi um produto muito representativo e profundo, um perfil que respeita a acidez, um vinho limpo. A aposta era fazer um vinho com personalidade e boa concentração, que se identificasse com sua proposta aromática. Participaram desse projeto os enólogos: Felipe Müller (Viña Tabalí), Francisco Baettig (Viña Errázuriz), Rafael Urrejola (Viña Undurraga), Marcelo Retamal (Viña De Martino) e Rafael Tirado (Viña Laberinto).

O preço sugerido é de R$ 700,00 (de (pack com os 2 vinhos)

*Para adquirir os vinhos, entrar em contato com Ariel Perez

ariel@stellium.com.br

Tel.: (11) 98799-1796