Ingredientes e vinho ressaltam sabores e evidenciam a qualidade
Que sou um apaixonado pela uva Chardonnay não é uma novidade. Nas diversas viagens que fiz tanto para a Bahia como para Vitória no Espírito Santo, tive a oportunidade de provar versões diferentes da moqueca, baiana e capixaba, e ressalto o sabor de ambas, elaboradas de formas diferentes. Mas minha preferência é maior pela moqueca capixaba.
A diferença está nos ingredientes. Enquanto a moqueca baiana utiliza o leite de coco, o azeite de dendê e pimentões, a capixaba usa apenas o azeite e o urucum para dar cor ao prato.
Mas como eu gosto do azeite de dendê e acho primordial o uso de pimentões (no caso usei o amarelo, o vermelho e o verde), fiz uma mescla: Não utilizei nem o leite de coco e nem o urucum, optei mesmo pelo uso do azeite de dendê e os pimentões, cujos sabores na moqueca me atraem bastante, mesmo sem a panela de barro, que seria ideal ao processo.
O resultado? Sensacional!
Esta percepção de sabores foi cuidadosamente sentida nestes ¨giros de viagens¨ que aguçaram minha percepção e definiram minha moqueca ideal.
E como a Chardonnay é sim a minha uva branca preferida, nada melhor que unir estas duas grandes paixões de vinho e gastronomia em uma única refeição.
Sobre o vinho
O Chardonnay 2023 da Linha Premium da Vinícola Torcello é elaborado em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos/RS. Foram produzidas 10 mil garrafas deste vinho 100% Chardonnay, que tem passagem em barricas de carvalho americano por 4 meses. Teor alcoólico de 13%. Preço sugerido de R$ 225,00.
O resultado é um vinho de coloração amarelo dourado claro, que apresenta aromas de baunilha, leve toque amendoado, notas de chocolate branco amanteigado e leve toque de fruta cítrica, contido pelo uso da madeira que trouxe complexidade e equilíbrio ao vinho, sem excessos.
Em boca é untuoso, elegante, acidez na medida, leve toque de limão e com um retrogosto envolvente e delicioso. É persistente e pode além de harmonizar com a moqueca (neste caso) ser apreciado tranquilamente sozinho sem ser enjoativo.
Tem uma tendência enorme para evoluir em garrafa, o que espero poder sentir se tiver a oportunidade de provar esta mesma safra daqui 1 ou 2 anos.
A harmonização
Quando buscamos harmonizar um prato com um vinho específico ou vice e versa, temos a necessidade de conhecer a ambos no que se refere aos ingredientes do prato e sua composição, bem como as características do vinho escolhido. Sem isso fica difícil harmonizar com maior possibilidade de acerto, sendo o desequilíbrio, o erro no resultado final onde um se sobrepõe ao outro.
A ideia na harmonização é buscar o crescimento nas sensações olfativas e gustativas, fazendo com que tanto prato como vinho, cresçam nessas sensações e na sinergia entre seus elementos.
Foi com grande envolvimento que neste caso, o resultado foi surpreendente bom!
A cada gole da taça e a cada garfada, uma expressão de felicidade por ter alcançado um ápice de sabores em boca, trazendo o ¨Umami¨ como o quinto elemento, salivando e traduzindo pela expressão: Que delícia!
Sobre a Torcello e seu nome
A história da Vinícola Torcello inicia com a chegada do primeiro imigrante italiano da Família Valduga ao Brasil (Marco Valduga), em 1875.
No caso, a Vinícola Torcello foi fundade no ano de 2000 por Rogério Carlos Valduga, quarta geração da Família Valduga.
Uma das menores ilhas de Veneza chama-se Torcello, sendo a vinícola uma das menores vinícolas instaladas no Vale dos Vinhedos, e uma alusão a ilha. Já a escolha do símbolo da Vinícola, Leão Alado de São Marcos, deu-se pelo fato de o Leão representar proteção. Sendo assim, o símbolo remete a proteção do Leão Alado sobre os vinhos lá elaborados.
Os primeiros vinhos vieram em 2005, e a abertura do varejo aconteceu em 2007. Hoje a Vinícola elabora vinhos, espumantes e sucos em pequena escala, buscando sempre a qualidade.
Saiba mais em:
www.torcello.com.br