Falar de vinhos franceses de qualidade para mim é algo redundante. Sim, porque é sempre uma viagem em aromas, no paladar e na satisfação do momento.
Sensações únicas e que são dificilmente igualadas, em minha opinião.
Não estou falando de Bordeaux de consumo rápido e de pouca possibilidade para guarda, estou falando de vinhos que são muito acima da média e infelizmente, pouco acessíveis a cada um de nós.
Não vou criticar a política de comercialização de vinhos e muito menos os franceses. Como tudo, a comercialização sofre em função de produção, demanda e o nome da vinícola envolvido. Afinal, são grandes nomes de Bordeaux e grandes safras.
O potencial de guarda de vinhos desta categoria é inigualável. Pode se falar de espanhóis, de italianos, mas o meu gosto, apesar da descendência italiana, é pelos franceses e por Bordeaux.
Estive em mais uma das muitas degustações deste ano. Desta vez no restaurante Zeffiro, degustação esta promovida pela Importadora Castel Studio, localizada em Porto Alegre e conduzida pelo francês Jerome Dumora (www.castelstudio.com).
Provei quatro vinhos, sendo um branco e três tintos como segue:
– Reignac Branco 2009: Apelação Bordeaux Btranco. Composição 60% Sauvignon Blanc, 35% Semillon e 5% Muscadelle. Vinho leve, aromático, vivo, integrado, macio e equilibrado. Uma “jóia rara” dos vinhos brancos. Com alto potencial de guarda, mesmo sendo de 2009, sua longevidade se perde nos anos. Potencial de guarda por mais uns 4 anos.
Passa por 8 meses em barricas novas de carvalho francês.
Parreiras com 20 anos de idade. Faixa de preço R$ 160,00.
Enólogo Michel Rollan. Com 90 pontos do Parker.
– Grand Vin de Reignac 2004: Apelação Bordeaux Superieur. Composição 75% Merlot e 25% Cabernet Sauvignon. Vinho com aromas trufados, muita complexidade no nariz, macio e sedoso na boca.
Ótima acidez, toques herbáceos, porém leve e sutil. Um vinho pronto para ser degustado e que no tempo deve revelar ainda mais toda a sua complexidade e elegância.
Excelente potencial de guarda. Aguenta fácil mais uns 8 anos em garrafa.
Enólogo Michel Rolland. Parreiras com 41 anos de idade.
Passa por 18 meses por barricas novas de carvalho francês.
Um vinho exuberante com muita elegância e taninos macios.
– Animae 2008: Apelação Bordeaux Superieur. Composição 75% Merlot e 25% Cabernet Sauvignon.
Passa por 24 meses em barricas novas de carvalho francês.
Este vinho, bem como o seguinte, ainda não estão prontos para se poder apreciar toda a sua complexidade, mas que demonstram alto potencial de guarda, na faixa de mais 15 anos.
Enólogo Michel Rolland, parreiras com 41 anos de idade.
– Animae Grande Reserve 2008: Vinho que recebeu nada mais nada menos que 93 pontos de Robert Parker.
Complexo, intenso, frutado, com taninos concentrados. Novo porem sedoso.
Na faixa de R$ 500,00 a R$ 600,00. Composição 100% Merlot e passagem por 29 meses em barricas novas de carvalho francês.
Um vinho para pessoas sensíveis, pela personalidade, pelo alto grau de possibilidades de evolução na garrafa, definido pelos seus aromas intensos, sua fruta e sua complexidade já percebida no conjunto desta safra 2008. Um vinho de guarda e para ser lembrado em ocasiões futuras.