Eu provei e chorei… 13 Vinhos do Porto. De 1998 á 1900. By “Andresen”

Todos os vinhos provados

Não, não estou brincando. Aconteceu ontem na Expovinis 2012, em degustação programada com o produtor Andresen, de Portugal. Tive a grata, a maravilhosa surpresa de poder provar 13 Vinhos do Porto, em degustação comentada e apresentada por Álvaro Van Zeller. Um privilégio!

Algo para ser lembrado e compartilhado a vida toda, coisa que só o vinho pode proporcionar.

Em cada safra, em cada gole, a mente viajava, imaginava os anos, o trabalho dedicado, a colheita, todo o processo e principalmente todas as pessoas envolvidas ao longo dos anos.

Algo que me toca a alma, os sentimentos, algo mágico e único, especial e verdadeiro.

Não tenho palavras que descrevam tudo o que se passou em minha mente, nas minhas memórias enraizadas ao longo dos anos, e na história da minha vida, das nossas vidas, do nosso mundo…

Eu sorri, eu chorei por dentro, como uma criança que recebe um carinho pela primeira vez… e se delicia.

Sensações que ainda ficarão presentes durante muitos anos.

Nem consigo chegar na parte mais técnica, porque ali estava a prova, de que o vinho é “vivo”, tem vida, evolui, se torna outro.

Ali puxei por toda a memória olfativa, mas também associada á vida como um todo.

Em maior ou menor grau, sei que boa parte destas sensações, foram percebidas por todos os presentes. É como se não acreditássemos no que estava acontecendo, não era real… mas era.

Fomos levados safra á safra, detalhe por detalhe, em cada vinho. Suas particularidades únicas, seu conceito, aquilo que eu chamaria pela primeira vez, de “espírito vivo”.

Deixo este meu pequeno depoimento, para que cada apreciador de vinhos possa saber, que tudo me pareceu muito maior do que é, do que era antes a minha idéia sobre vinhos. E ao mesmo tempo, no envolvimento, perceber que tudo na verdade é bem simples, algo que se consagra na ligação do homem com o homem, da mente com o espírito, do corpo com o palpável e palatável, em uma confluência sinérgica, única e para poucos.

Abaixo as safras provadas e algumas considerações:

– 1998: Não foi um ano Vintage, mas tem boa acidez, não é encorpado, e pelas informações passadas foi difícil chegar á temperatura certa. Aromas de frutos secos como amêndoas, avelãs e um frescor citrino, limão, casca de laranja.

– 1997: Não se percebe o álcool de 20°. Foi um ano bem quente, grande frescor, grande final de boca.

Obs: 1997 e 1995 possui um caráter mais “gordo”, alta qualidade, grande volume de boca.

– 1992: Achei sutilmente menos doce, embora na comparação com os outros, fosse quase idêntico. Elegante, fino e fresco.

– 1991: Colheita. Grande volume de boca, grande estrutura.

Obs: 1992 e 1991 não houve acordo sobre qual seria o melhor ano. Uma “briga”, no bom sentido da palavra.

– 1982: Um vinho de corpo e volume, “gordo”, aveludado.

– 1980: Belíssimo exemplar do vinho, Boa estrutura, complexo, elegante, robusto.

– 1975: Um “falso” Vintage, ou um Vintage “político”. Quase chegou lá. Sedoso, elegante, estruturado e equilibrado.

– 1968: Foi um ano difícil, mas é impossível não gostar.

– 1963: Um ano maravilhoso! Sensacional! Elegante, robusto, ótimo com charutos. Um dos grandes anos do vinho do porto.

– 1937: Um bom ano. O único da prova em garrafa original, (vide os sedimentos e borra na foto). Tem um “Off Flower” nos aromas. Elegante.

– 1910: O que foi isso! Fantástico, sem palavras! Inesquecível! Presente, vivo, elegante, estruturado, fino, robusto.

Safra: 1900

– 1900: Diante disto tudo, eu só posso me calar… Chorar e recordar. Simplesmente um vinho com corpo, alma e espírito!

Assim foi o Road Show da Qualimpor no consulado de Portugal

Não há segredo e nem mistério sobre o vinho português. Ele veio para ficar! Prova esta é o grande número de produtores buscando o Brasil. Muita coisa boa, como neste caso, encontradas nos vinhos da Qualimpor.

Primeiramente e na sequencia, fomos recebidos pela linha de brancos, um espumante e rosé. Tendo inclusive, para ser degustado por último, o vinho de sobremesa, um Late Harvets.

Dentre eles o Verdelho e o Duas Castas. Mas o que mais me encanta é o Esporão Private Selection e o Crasto Douro Branco.

– Crasto Douro Branco: Das castas Gouveio, Roupeiro e Rabigato, com muita fruta tropical nos aromas, muito frescor. No paladar é fresco, com aumento das sensações de frutas percebidas nos aromas, dando mais intensidade no conjunto. Boa acidez e equilíbrio,  elegante, com certa mineralidade e boa persistência. Sou fã deste vinho. Teor alcoólico de 12%.

– Esporão Private Selection Branco: Das castas Marsanne e Roussanne. Este branco reflete aromas de pêras e pêssegos, Tem teor alcoólico de 14,5%. É cremoso, médio corpo e tem bom equilíbrio.

Com relação aos tintos, gosto muito do Esporão Reserva que estagia 12 meses em barricas de carvalho americano (70%) e em carvalho francês (30%). É elegante, aromático, estruturado, com notas olfativas de especiarias, frutas vermelhas maduras, e um toque de chocolate e baunilha. Seu final de boca é longo e persistente. Tem 14,5% de teor alcoólico e estagia mais 12 meses na garrafa.

Mas não posso deixar de citar a linha toda da Quinta do Crasto. São vinhos muito bem feitos e muito agradáveis no paladar.

Achei sensacional o Azeite Crasto selection Virgem Extra. Provei todos, mas este foi imbatível em todos os sentidos.

– Azeite Crasto Selection Virgem Extra: Da região do Douro Superior. Das variedades Cobrançosa e Madural. Tendo seu processo de decantação duração de 2 a 3 meses e acidez na casa de 0,3% máxima.

Posso com certeza concluir dizendo que a Qualimpor me conquista pela linearidade dos vinhos e pela alta qualidade dos produtos de seu portfólio. É sempre bom poder falar do que é bom, e neste caso, seu evento, seus vinhos, seus azeites são sensacionais e memoráveis!

Vinhos portugueses do DÃO, elegantes, saborosos e expressivos

 

Mais uma vez tivemos representantes de Portugal, mais precisamente da Região do DÃO em degustação promovida pela “Comissão Vitivinícola Regional do DÃO” e “Vinhos de Portugal”.

O DÃO é a região localizada ao centro de Portugal e a casta mais conhecida e difundida é a Touriga Nacional para os tintos e a Encruzado para os brancos.

O teor alcoólico na grande maioria dos vinhos se mostrou bem harmônico e equilibrado.

Entre um produtor e outro, o que ficou marcado foi a evolução que os vinhos portugueses têm alcançado nestes últimos anos. Tecnologia, foco, uvas especialíssimas e próprias de cada região enólogos ultra competentes, e divulgação.

Sem dúvida são fatores de sucesso para um aumento de consumo a médio, longo, prazo. O consumidor, e mesmo o profissional de vinhos tem tido acesso a exemplares jamais vistos e degustados, tornando o universo de vinhos portugueses mais acessíveis e conhecidos.

 

 

Forma-se assim um conceito, num esforço grande de gerar a experimentação, criando fatores de comparação, tanto com outros vinhos, como com outros países e outras castas.

Não há, a meu ver, uma maneira de se conquistar o consumidor, que não seja demonstrando, falando sobre ele e permitindo a degustação.

Mas vamos ao encontro do DÃO. Vinhos singulares e expressivos, que definem a região e o estilo de cada produtor.

Minha atenção foi para o produtor SEACAMPO, buscando importador, onde provei os seguintes vinhos:

– Pai Américo DOC Branco DÃO Reserva 2009: Casta 100% Encruzado, tendo fermentado em barricas de carvalho francês durante nove meses onde também se processou a “battonage”, dando maior estrutura e complexidade. Aromas de frutas frescas, notas de baunilha, macio, equilibrado e com boa persistência. Teor alcoólico de 13,5%.

– Américo Rose 2010: Castas Touriga Nacional, Jaen e Tinta Roriz. Teor alcoólico de 13,6%. Apresenta notas de framboesa e frutos silvestres. Na boca, equilibrado e elegante.

– Américo DOC Tinto DÃO 2008: Castas Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro. Teor alcoólico de 13%. As castas foram vinificadas separadamente, proporcionando uma cor rubi intensa, notas de frutos maduros. No aroma é complexo, ameixa preta. Aveludado na boca, e grande harmonia.

– Pai Américo DOC Tinto DÃO Reserva 2007: Castas Touriga Nacional e Afroucheiro. Teor alcoólico de 13,5%. Estagio de 12 meses  em barrica de carvalho francês e americano. No aroma sugere baunilha e fruta madura. Um vinho que se mostrou complexo na boca, com notas de chocolate e grande harmonia e persistência.

Aguardamos ansiosamente os próximos eventos de Portugal!

Salut!

 

Quer baton? Não, não é batom de maquiagem, é vinho e dos bons!

A Degustação

Curioso nome, não? Mas ele foi escolhido para fazer uma referência ao que vem do francês “bâtonnage”, um termo utilizado para descrever a agitação que se processa no vinho, enquanto ele ainda está em contato com as borras, colocando as leveduras mortas em suspensão que estão depositadas no fundo, dando um maior corpo ao vinho e untuosidade.

A empresa Terroir d`Origem, criada em 2010 se instalou no Douro, mais precisamente na Aldeia de Casal de Loivos. Apresentou seus vinhos importados pela Vinho Sul, em almoço realizado no North Gril, do Shopping Frei Caneca.

O enólogo Carlos Lucas falou sobre os vinhos, tecendo observações do projeto e suas propostas, que incluem em suas diretrizes fazer vinhos com personalidade e expressivos.

Foram reunidos jornalistas, blogueiros e formadores de opinião para uma degustação de seus vinhos.

Com vinhas plantadas á 50 anos e também as mais recentes de 15 anos, num solo de xisto, os vinhos se mostraram, em sua maioria, expressivos e harmoniosos. Degustei quatro vinhos, sendo dois brancos e dois tintos.

Os Vinhos degustados

Foram eles:

– Tom de baton Douro 2010 (DOC Douro / Branco): Composto de Viosinho, Códega, Malvasia-fina, Gouveio e Ribagato. Teor alcoólico de 13,7%. Vinho bem seco, com acidez bem pronunciada, que não passa por madeira. Proposta de vinho sem oxidação, mais longevo e fresco. Apresenta aromas de frutas tropicais e notas limonadas. Referência de preço R$ 71,02

– baton Douro 2010 (DOC Douro / Branco): Composto de Viosinho, Rabigato e Gouveio. Teor alcoólico de 14,1%. Vinho com bom corpo. Apresentando notas amanteigadas, um leve toque de cogumelo, harmonioso, gastronômico, muito elegante e com ótimo final de boca. Referência de preço R$ 115,79

– Tom de baton Douro 2009 (DOC Douro / Tinto): Composto de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca, Tinta Francisca e Sousão. Teor alcoólico de 13,5%. Um vinho que não passa em madeira, aromas de frutas vermelhas, muito redondo na boca, harmonioso e gastronômico. Referência de preço R$ 76,48

– baton Douro 2008 (DOC Douro / Tinto): Composto de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca, Tinta Francisca e Sousão. Teor alcoólico de 14,6%. Vinho elaborado em “pisa pé”, estagiando em barricas novas de carvalho por dois meses, nos aromas, frutas vermelhas, framboesa. Na boca, acidez equilibrada, muito “redondo”, harmônico e untuoso. O melhor de todos da prova, sem dúvidas. Referência de preço R$ 125,41

Harmonizando com os tintos

Todos estes vinhos me agradaram muito, são vinhos expressivos e deliciosos. Brancos ideais para um canapé, ou peixes. Tintos que acompanham muito bem carnes e massas com molhos bem elaborados.