Como foi o Seminário e a degustação de vinhos da Borgonha em Abril

Não escrevi antes porque fiquei pensando como descrever o que tenho na mente, sobre o sabor e os aromas dos vinhos da Borgonha.

O Seminário foi muito bem apresentado, organizado e produtivo.

O Seminário: Organização e cuidado na apresentação

Contou com a tradução da Alexandra Corvo, e com um público focado e interessado.

Provamos oito vinhos, cuja lista segue abaixo.

– Bourgogne Blanc, Cevée des Forgets, 2010, Domaine Patrick JAVILLIER: Vinho branco. Muito mineral, porém com aromas contidos. Muita acidez, média persistência, na boca limão. Não permite envelhecimento, bom para consumo rápido.

– Bourgogne Hautes Cotes de Nuits, 2010, Domaine Philippe GAVIGNET: Vinho tinto. Aromas de groselha e leve herbáceo. Na boca sensação de leve adocicado, alta acidez e cassis. Um vinho ainda jovem. Depois de um tempo na taça, revelou-se mais complexo e completo.

– Pouilly-Fuisse, 2009, Domaine Pascal ROLLET: Vinho branco. Aromas de defumado, a fruta apareceu pouco. Na boca, a mesma sensação de defumado, boa acidez, glicerol abundante e bem perceptível.

– MERCUREY, 2009, Domaine du Château de CHAMIREY: Vinho tinto, frutas nos aromas. Na boca as frutas são menos presentes. Maior “rugosidade”, característica mais tânica, alta acidez.

– MEURSAULT 1er Cru, Genevrières, 2009, Domaine LATOUR GIRAUD: Vinho branco, grande complexidade aromática. Na boca é untuoso, elegante. Um vinho barricado.

– GEVREY-CHAMBERTIN 1er Cru, Cherbaudes, 2008, Domaine des BEAUMONT: Vinho tinto. Aromas de cereja, grande complexidade aromática. Cor rubi com notas de envelhecimento. Grande acidez.

– CHABLIS GRAND CRU, Valmur, 2009, Domaine Christian MOREAU: Vinho branco. Bem aromático. Na boca, menos complexo, mas com expressão da fruta, como limão, pera e abacaxi.

– CORTON GRAND CRU, Le Rognet et Corton, 2008, Domaine Michel MALLARD & Fils: Vinho tinto. Muito complexo nos aromas, intenso, harmonioso, grande sensação de herbáceo.

Fizemos uma viagem pela região, ressaltada por suas características de “Terroir” e aquilo que ouvimos ser os “Climats”, ou seja, a parte dividida, a parcela única de terra que reflete o conjunto do “Teroir”.

Seria a parcela de terreno, em toda as suas características e particularidades, de forma catalogada, bem definida e própria. Estes “Climats”, transformaram a região da Borgonha, em um mosaico a céu aberto, onde cada parcela reflete a característica própria, única e especial dos vinhos de lá provenientes.

Os vinhos da Borgonha refletem uma história, construída ao longo de 2000 anos, de riquezas, tradições eaprendizado, conquistas e excelência.

Hoje, a maior produção de vinhos da Borgonha, é de vinhos brancos, da uva Chardonnay (61%), depois vêm os tintos da uva Pinot Noir (30%) e os Crémants da Borgonha (8%) e 1% de roses.

Após o seminário, seguimos para a sala de degustação. Onde tivemos contato com os produtores, uma vasta gama de vinhos, interessantíssimos e únicos.

Destaco o produtor Château Villars Fontaine – Domaine de Montmain, representado pela figura cativante de seu proprietário.

Provei todos os vinhos deste produtor e gostei de todos. Destaco o Hautes Côtes de Nuits “Clos du Château” Grand Tradition. Um vinho branco muito complexo e completo. Grande corpo para um branco, muitos aromas, grande acidez, safra 2005

Não há como não gostar dos vinhos da Borgonha. Eles refletem realmente seu produtor, a características das principais uvas (Chardonnay e Pinot Noir), em um conjunto que reúne aromas sutis, alta acidez, leveza no corpo e frescor. Se é que seja possível definir o conjunto dos vinhos da Borgonha e particularidades, como um todo.

O verão, os vinhos brancos, os rosés e os espumantes

Nesta época do ano, onde o calor “fala mais alto”, é impossível não falar de vinhos frescos e que são, em sua maior parte, nossas companhias na praia, na piscina ou no momento de puro lazer.

Os vinhos brancos, rosés e espumantes são assim: descontraídos e descompromissados.

Quando o sol aperta e a sombra é o único refúgio após a piscina ou a praia, lá estão eles, no balde nos esperando, como se para nos dar o alívio e atiçar ainda mais nossos sentidos, trazendo o frescor na boca e o gosto da uva compactado em um só lugar.

Sempre gostei desta época. Ela lembra liberdade.

Liberdade é esta sensação de poder ir e vir de forma despreocupada, como são estes vinhos. Não há stress, apenas desfrutamos das coisas. A sensação trazida por isso tudo é única e muito particular. Esta analogia com os vinhos pode ser notada simplesmente segurando uma taça nestas condições que descrevi.

Recomendo para quem gosta, um bom Chardonnay ou Chablis, pela leveza e pela elegância. Entre os rosés, o Casal da Coelheira de Portugal surpreende e é uma das minhas preferências. Além disso, foi eleito como o melhor rosé de 2010.

 

Mas há ótimas opções em vinhos de todo o mundo, basta procurar seu estilo e sem dúvida provar bastante, pois vinhos é experimentação.

O meu gosto pela Chardonnay vem de longe. Com passagem em madeira, ou mesmo um Chardonnay do “Velho Mundo” com estilo da fruta predominando, e ainda o Chablis.

Temos alguns exemplares disso tudo, como cito abaixo 3 vinhos:

Montes Alpha Chardonnay 2009: Da região de Casablanca, Chile, este Chardonnay se caracteriza pela exuberância epela fruta. Com 70% em passagem por madeira, é agradável, tem um corpo médio, é untuoso e elegante.  Um vinho sem dúvida muito bem feito. Um vinho na faixa de R$ 88,00.

Tarapacá Gran Reserva Chardonnay: Produzido no Chile, da região do Vale do Maipo e Vale de Leyda. Um vinho com 13% de teor alcoólico que estagia em 90% em barricas de carvalho francês. Colheita manual, notas de frutas e minerais, aromas tostados fruto da passagem em barricas. Na faixa de R$ 64,00.

Chablis Domaine Long-Depaquit 2009: Não poderia faltar um Chablis francês. Um vinho muito saboroso, fresco e mineral, com toques florais. Do produtor Albert Bichot, na faixa de R$ 98,00. Vinho elegante como se caracterizam os vinhos deste produtor e o cuidado com as uvas em todo o processo.

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Saúde á todos!