Grand Cru: Grand Tasting alia portfólio expressivo, competência e ótimos vinhos

A semana começou e ainda me lembro do evento da Grand Cru. Em ambiente agradável, na Casa da Fazenda, pudemos provar mais alguns exemplares, muitos dos quais ainda não conhecíamos, fechando nossa “maratona etílica” daquela semana, com “chave de ouro”.

No último dia 11 de agosto, profissionais se reuniram para as provas e contato junto a alguns produtores, que lá estiveram presentes já em outras ocasiões.

Viña Koyle, surpreendente!

A Viña Koyle do Chile sempre nos surpreende com seus vinhos emblemáticos, bem feitos e biodinâmicos (ver post: http://migre.me/5xjtr). Mas além deste produtor, pude provar vinhos expressivos dos quais vou citar alguns Pinot Noirs:

O Humberto Canale Gran Reserva Pinot Noir 2009, da Patagônia, Argentina, mudou meu conceito de Pinot feito no novo mundo, pelo menos neste especificamente.  Um vinho que mesmo tendo envelhecido 10 meses em carvalho, conserva sua leveza e tipicidade, claro, com toque diferente inerente ao novo mundo. Com 14% de álcool, em perfeito equilíbrio, médio corpo, suave e marcante. Na faixa de R$ 89,00 o que é bem acessível eu diria.

Mas um Bourgogne como o Bouchard Cote de Baune Villages 2009 da França, este sim, um vinho maravilhoso! Leve, equilibrado e também bem acessível, por volta de R$ 98,00. Graduação alcoólica de 13%. Um exemplar de Pinot Noir para ser lembrado.

Gostei muito também do tinto Ornellaia Le Volte Bolgheri DOC 2008, da Itália. O nome do produtor já diz tudo: Tennuta Dell` Ornellaia, que passa 8 meses em barricas, corte da Sangiovese 52%, merlot 36%, Cabernet Sauvignon 12%, Toscana 14%. Na faixa de R$ 110,00, com mentol e floral na boca, ótimo corpo e equilíbrio.

Para finalizar não posso esquecer dos vinhos espanhóis que se destacaram pela qualidade, estrutura e equilíbrio, os Heras Cordon Vendimia Selecionada 2007 e o Heras Cordon Reserva 2004, ambos de Rioja, Espanha.

Heras Cordon, Espanha, com potencial de guarda

O primeiro 90% Tempranillo, 5% Mazuelo e 5% Graciano. Um vinho com potencial de guarda, que recebeu 90 pontos de Robert Parker, com notas de especiaria, madeira e grande amplitude. Na faixa de R$ 78,00 e teor alcoólico de 13%.

O segundo, corte das uvas 90% Tempranillo e 10% Graciano, também com grande potencial de guarda e envelhecimento. Recebeu nada mais nada menos que 92 pontos de Robert Parker. Um vinho intenso, harmonioso e complexo. Produtor: Heras Cordon. Faixa de preço: R$ 120,00.

 

Vínica apresenta seus vinhos, sua força e sua feminilidade!

Faz pouco tempo que venho acompanhando a Paula na Vínica, o suficiente para já ser um fã do seu trabalho.

Em um mundo onde cada vez mais avança a participação da mulher, se destacando no empreendedorismo, com a Vínica não poderia ser diferente.

Pudemos provar em seu primeiro evento, o 1º Vínica Grand Tasting, os vinhos desta jovem importadora, que vem ocupando seu espaço, com a força da competência. É algo notável, quando podemos ver a evolução e a capacidade de escolha de produtos, bem como na condução dos negócios, aliando simpatia, competência, conhecimento e feminilidade. Sem dúvida um conjunto que sinergicamente se traduz em grandes resultados para o futuro.

De tudo o que provei, posso destacar os vinhos tintos: Palistorti Rosso 2008, e o Volpolo 2008 Bolgheri D.O.C.. O Prosecco Superiore Brut Millesimato 2010 e o Franciacorta D.O.C.G., bem como o seu branco maravilhoso Kerner 2009, entre tantos outros.

E por falar em vinhos, neste caso, os preços estão bem acessíveis e compatíveis com a realidade brasileira. Oscilam entre R$ 32,00 (Rosado Villavid 2010) e o mais caro R$ 239,00 (Majora 2004).

 

Os vinhos que destaco:

– Palistorti Rosso 2008: Da Itália, região da Toscana – Colline Lucchesi D.O.C.. Um vinho tinto, corte das uvas Sangiovese 70%, Merlot 15% e Syrah 15%. 14% de teor alcoólico. Um vinho que nos causou surpresa, muito agradável nos aromas, delicado e elegante, que ao mesmo tempo, alia potência e taninos redondos. Nos aromas frutas vermelhas. No paladar pede alimento, boa persistência e harmonia. Faixa de preço R$ 119,00.

– Volpolo 2008: Da Toscana, Itália. Um vinho tinto que impressiona pelos aromas, pela elegância, pela estrutura e harmonia nos taninos, bem como pela complexidade. Com 14,5% de álcool, aromas herbáceos, na boca taninos macios e grande persistência final. Na boca frutas negras. Ideal para harmonizar com massas e carnes vermelhas. Faixa de preço: R$ 125,00.

– Prosecco Superiore Brut Millesimato 2010: Da região do Veneto – Valdobbiadene D.O.C.G., 100% da uva Glera, com teor alcoólico de 11%, ideal para grandes eventos e comemorações. Frutado e muito aromático, com delicado aroma de frutas. Na boca, fresco, agradável e elegante. Faixa de preço: R$ 59,00.

– Franciacorta D.O.C.G. Brut 2006: da Lombardia –  Franciacorta D.O.C.G., 100% da uva Chardonnay, com 13% de teor alcoólico. Um espumante elegante, com aromas de fermento, com notas cítricas que harmoniza com qualquer prato. Faixa de preço: R$ 145,50.

– Kerner 2009: Da Itália, Alto Adige – Valle Isarco D.O.C. 100% da uva Kerner. Teor alcoólico de 14%. Um vinho extremamente aromático, intenso e marcante. Com aromas florais e cítricos, ótima acidez e persistência, na boca notas minerais e muita fruta. Um vinho que vale a pena experimentar. Faixa de preço: R$ 89,00. 

Alguns dos vinhos...

Mas do que gostei mesmo, foi da linearidade dos vinhos, no que se refere á qualidade. Bem escolhidos, uma proposta de vinhos do Velho Mundo, com a característica da origem de cada “terroir” em sua essência.

O evento que ocorreu no dia 09 de agosto último, no B4 Lounge na Rua Amauri, foi bem diferente e agradável, proporcionando a “boa” relação com os amigos do mercado e a troca de informações sobre os vinhos e preferências.

O ambiente...

 

Os amigos...

Paula da Vínica entre Almir e Claudio da Vinnobile

E pelo que pudemos conversar com a Paula, seus planos incluem ainda a chegada de grandes produtos e produtores. Desejamos a Paula e sua equipe, todo o sucesso, que se for medido pelo trabalho já apresentado, está garantido.

Salut!

Wines of Chile apresentam a diversidade do terroir e seus vinhos

No próximo dia 10 de agosto o Hotel Unique recebe o evento “Wines of Chile”, em degustação de vinhos de 40 renomados produtores, são eles:

Altaïr Vineyards, Amayna, Bodegas Volcanes de Chile, Bodegas y Viñedos
de Aguirre, Casa Rivas, Casa Silva, Casas del Toqui, Chocalán, Concha y Toro,
Cono Sur, Cousiño Macul, Dalbosco, De Martino, El Principal, Falernia, Geo
Wines, Haras de Pirque, Lapostolle, Luis Felipe Edwards, Miguel Torres,
Misiones de Rengo, Morandé, Odfjell Vineyards, Requingua, San Pedro, Santa
Carolina, Santa Ema, Santa Helena, Santa Rita, Tamaya, Tarapacá, Terramater,
Undurraga, Valdivieso, Viña Bisquertt, Viña Maipo, Viña Maquis, Viña
Ventisquero, Vistamar e William Fèvre Chile.

Maiores informações:

CH2A Comunicação /Alessandra Battochio Casolato

Tel.: (11) 3253-7052

Dia: 10/08/2011

Local: Hotel Unique / Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 4700 – São Paulo – SP

Horário: Das 16:30 horas às 20:00 horas

Saiba mais acessando: http://www.winesofchile.org/

A ação da natureza e como são avaliados os preços dos vinhos

Domingo, um dia que amanhece silencioso. O sol surge no horizonte como que querendo dizer: “Brindo ao seu novo dia e que ele seja cheio
de esperanças”.

Assim é a nossa vida, assim o é, quando levantamos a nossa taça e imaginamos tudo o que de bom pode acontecer. Brindamos à vida, ao amor,
à saúde e às realizações.

O ato de erguer a taça carrega em cada um de nós, a esperança de dias melhores e realizações. Ás vezes nem percebemos, mas direcionamos nossa energia totalmente, no momento.

Quem conhece um pouco de vinho, sabe o que representa para cada produtor, o percurso até a taça, o quanto se colocou de intenções para que a
colheita fosse boa, para que não chovesse e encharcasse a uva, diminuindo a quantidade de açucares e com isso desequilibrando a fermentação e o álcool final.

Hoje já se faz uso da tecnologia, que também está presente na Fórmula 1, nas medições do tempo, da chuva e da precipitação em mm de água.
O céu encoberto, as nuvens, são o grande inimigo do produtor, na sua busca por uma colheita excepcional que coroará todo o trabalho realizado desde o plantio.

E mais uma vez a natureza pode construir ou destruir, trazer ou retirar o sucesso.

Os vinhos de Bordeaux, por exemplo, especificamente os do Chateau Margaux, com sua emblemática e sofisticada marca, tiveram na safra de 2008, uma das mais tardias, na colheita, de todos os tempos. Algo assim como: esperar… …esperar… e colher. Um risco calculado dentro do possível, mas que amedronta qualquer produto sério.

A partir daí, vêm as avaliações as provas, o índice Nasdaq, Robert Parker e suas notas, etc. que irão determinar o quanto o produtor poderá cobrar no preço final do vinho. Regras que determinam o mercado, e quanto vale o vinho que está na sua mesa.

Ou seja, as variáveis são muitas, e além de tudo isso, países como o Brasil, têm uma alta carga tributária, que avassala o preço, tornando o que poderia ser altamente acessível, apenas um “objeto de desejo”, como tantos outros.

Como nosso consumo é ainda pequeno, (próximo de duas garrafas por habitante, por ano), o segmento não tem a força necessária pra pressionar o governo. A classe também é desunida, “correndo” cada um para os seus interesses particulares e esquecendo que por traz de tudo isso, haveria um ganho final de todos, pelo aumento do consumo e volume de vendas.

Claro que existe e existirá no vinho, seu glamour, por tudo o que ele representa na história e no conhecimento, mas há de se tornar mais acessível para um maior grupo de pessoas.

Lá fora, os produtores em crise vêm o Brasil como a “válvula de escape”, a ”tábua de salvação”. Mas na hora das vendas, os volumes acabam não correspondendo às expectativas e assim, vem a frustração e o “troca-troca” de importadoras.

Claro que quando falo de preço nesses termos, falo de vinhos de guarda, vinhos ícones por quem o mercado espera a chegada. Quando falamos de vinhos de consumo e de marcas (que não sejam necessariamente ícones), há em cada país uma regra, legislação, e no Brasil isto não seria diferente.

Há as provas de vinhos e os estudiosos e preparados degustadores que avaliam e dão notas aos vinhos. Isto seria uma referência ao consumidor.
Medalhas são concedidas em provas internacionais e nacionais. E a partir daí, o vinho passa a ter ou não, seu reconhecimento público que pode determinar seu sucesso.

Há também o aspecto comparativo em relação aos vinhos de cada produtor e a adequação a uma “faixa de preço” do mercado. O que corresponderia a um valor “justo” em relação aos vinhos semelhantes de outros produtores e regiões.

Mas deixemos o imediatismo de lado. Vamos avançar na troca sadia de informações, premiar o mercado com os vinhos maravilhosos da colheita
perfeita que a natureza proporcionou no tempo. Sem esquecer que quem determinou o sucesso, em grande parte, foi ela mesma. Que constrói ou destrói na proporção que dela tratamos.