Rua Verde: Um exemplo a ser seguido pelos que amam a paz, a natureza e também os vinhos

Minha semana começou ontem, como em vários calendários.

Estive neste domingo (17/06) na Rua Verde, neste caso, a Rua Amauri.

Em uma iniciativa fantástica, passei algumas horas entre a alegria do colorido dos balões, contrastando com o céu azul e claro, em uma tarde de sol brilhante, com meus pés fincados no chão, mas querendo voar…

 

Passei pela antiga Enoteca Fasano, hoje loja da World Wine, onde tive a oportunidade de degustar novamente, o Mionetto Vivo rose e brut, duas excelentes opções de espumantes, já muito conhecidos por mim, e que aprecio.

Fui recebido pela minha amiga Vanessa Monteleone, que nos atendeu com alegria e grande simpatia, formando uma sinergia existente em todo o dia, do seu início ao final.

Lá por algum tempo examinei os rótulos expostos, vi os preços e me inteirei do que se passa hoje, na World Wine e também na La Pastina.

Saímos de lá e passeamos pela rua, vendo ás flores, ouvindo o som da música em seus diversos estilos e em diversos lugares, em harmonia perfeita ao espaço, e sem afetar nossos ouvidos, já tão massacrados pelo corre-corre dos nossos dias.

Em cada local que entramos a alegria determinava realmente um clima de festa, algo que só quem esteve por lá pôde sentir e apreciar.

Tudo foi contagiando, ás crianças brincando, os balões presos nas árvores, o vinho e espumante que jamais poderia faltar… e não faltou.

Cerveja, clima gostoso de sol e ligeiro frescor, muito colorido, como se a tela da vida registrasse um momento parado no tempo.

Entre amigos desfrutei deste pequeno instante, em louvor a natureza, tão massacrada pela ação do homem e em seu único e egoístico uso e proveito.

No final, a sensação que permaneceu, foi a dos vinhos, das pessoas, do momento especial que acontecem de vez em quando em nossas vidas… fazendo da vida, passageira.

Os vinhos, as videiras e o respeito à natureza

Não há como falar de vinhos, sem lembrar a origem, da planta “viva” e da natureza.

A origem da videira é anterior ao homem. Remonta o período neolítico (Período da pré-história, chamado “Pedra Polida” ou “Pedra Nova”).

A videira é uma planta trepadeira. Disseminada pelo mundo desde os primórdios, venceu o tempo e vem através dos vinhos, proporcionando a
alegria do homem e fazendo parte da sua história de vida e de seus antepassados.

Com os espaços reduzidos no mundo em função do crescimento populacional, as agressões á natureza se multiplicam na mesma proporção do
crescimento. Vivemos da necessidade de manter o “verde”, em contraposição à necessidade de expandir os negócios que são à base do capitalismo.

Neste cenário contrastante, a busca pelo ponto de equilíbrio e respeito à natureza torna-se urgente e exige reversão no tempo. A mesma
planta, a mesma videira do passado, nos brinda com os melhores frutos, os melhores vinhos, sabores e aromas jamais antes vistos.

Conforto: Busca pela PAZ

A busca pela longevidade nos faz consumir de maneira moderada os vinhos. Seus componentes agora descobertos, “costuram” vitalidade e
jovialidade em plena harmonia, sendo uma fonte de juventude descoberta e gerada pela mesma natureza, aquela que vence e supera as queimadas, a poluição e o próprio homem.

Um homem consciente estabelece seu retiro, sua casa e moradia, harmonizando espaços e nele não falta o verde, que integra, equilibra e compõe cada canto, gerando equilíbrio.

A cena sonhada envolve: A casa (moradia), a paisagem (natureza e clima), homem (figura central) e os vinhos (prazer) e tudo isto se resume em uma única sensação, a sensação de PAZ, do encontro com o silêncio interior.

Não há como não perceber, por exemplo, a harmonia existente nos jardins japoneses, e esta integração entre homem X natureza. Integração tão
buscada nas nações orientais, não tão compreendidas pelos homens do ocidente em toda a sua significação, mas ao menos sentida pela percepção.

Integração: Homem X Natureza

Quando a palavra de ordem é a sustentabilidade, urge a ação da preservação da natureza, dos meios de subsistência e da preservação da vida.

Maiores informações sobre paisagismo e jardins:  http://ivanikubo.blogspot.com/ ou pelos telefones: (11) 7597-1085 e ( 11) 2331-2944
Fotos gentilmente cedidas por Ivani Kubo

A ação da natureza e como são avaliados os preços dos vinhos

Domingo, um dia que amanhece silencioso. O sol surge no horizonte como que querendo dizer: “Brindo ao seu novo dia e que ele seja cheio
de esperanças”.

Assim é a nossa vida, assim o é, quando levantamos a nossa taça e imaginamos tudo o que de bom pode acontecer. Brindamos à vida, ao amor,
à saúde e às realizações.

O ato de erguer a taça carrega em cada um de nós, a esperança de dias melhores e realizações. Ás vezes nem percebemos, mas direcionamos nossa energia totalmente, no momento.

Quem conhece um pouco de vinho, sabe o que representa para cada produtor, o percurso até a taça, o quanto se colocou de intenções para que a
colheita fosse boa, para que não chovesse e encharcasse a uva, diminuindo a quantidade de açucares e com isso desequilibrando a fermentação e o álcool final.

Hoje já se faz uso da tecnologia, que também está presente na Fórmula 1, nas medições do tempo, da chuva e da precipitação em mm de água.
O céu encoberto, as nuvens, são o grande inimigo do produtor, na sua busca por uma colheita excepcional que coroará todo o trabalho realizado desde o plantio.

E mais uma vez a natureza pode construir ou destruir, trazer ou retirar o sucesso.

Os vinhos de Bordeaux, por exemplo, especificamente os do Chateau Margaux, com sua emblemática e sofisticada marca, tiveram na safra de 2008, uma das mais tardias, na colheita, de todos os tempos. Algo assim como: esperar… …esperar… e colher. Um risco calculado dentro do possível, mas que amedronta qualquer produto sério.

A partir daí, vêm as avaliações as provas, o índice Nasdaq, Robert Parker e suas notas, etc. que irão determinar o quanto o produtor poderá cobrar no preço final do vinho. Regras que determinam o mercado, e quanto vale o vinho que está na sua mesa.

Ou seja, as variáveis são muitas, e além de tudo isso, países como o Brasil, têm uma alta carga tributária, que avassala o preço, tornando o que poderia ser altamente acessível, apenas um “objeto de desejo”, como tantos outros.

Como nosso consumo é ainda pequeno, (próximo de duas garrafas por habitante, por ano), o segmento não tem a força necessária pra pressionar o governo. A classe também é desunida, “correndo” cada um para os seus interesses particulares e esquecendo que por traz de tudo isso, haveria um ganho final de todos, pelo aumento do consumo e volume de vendas.

Claro que existe e existirá no vinho, seu glamour, por tudo o que ele representa na história e no conhecimento, mas há de se tornar mais acessível para um maior grupo de pessoas.

Lá fora, os produtores em crise vêm o Brasil como a “válvula de escape”, a ”tábua de salvação”. Mas na hora das vendas, os volumes acabam não correspondendo às expectativas e assim, vem a frustração e o “troca-troca” de importadoras.

Claro que quando falo de preço nesses termos, falo de vinhos de guarda, vinhos ícones por quem o mercado espera a chegada. Quando falamos de vinhos de consumo e de marcas (que não sejam necessariamente ícones), há em cada país uma regra, legislação, e no Brasil isto não seria diferente.

Há as provas de vinhos e os estudiosos e preparados degustadores que avaliam e dão notas aos vinhos. Isto seria uma referência ao consumidor.
Medalhas são concedidas em provas internacionais e nacionais. E a partir daí, o vinho passa a ter ou não, seu reconhecimento público que pode determinar seu sucesso.

Há também o aspecto comparativo em relação aos vinhos de cada produtor e a adequação a uma “faixa de preço” do mercado. O que corresponderia a um valor “justo” em relação aos vinhos semelhantes de outros produtores e regiões.

Mas deixemos o imediatismo de lado. Vamos avançar na troca sadia de informações, premiar o mercado com os vinhos maravilhosos da colheita
perfeita que a natureza proporcionou no tempo. Sem esquecer que quem determinou o sucesso, em grande parte, foi ela mesma. Que constrói ou destrói na proporção que dela tratamos.