O balét, o vinho a dança e as emoções

P & B

Certas coisas possuem uma sinergia e estão ligadas mais com a alma do que podemos imaginar.

A cadência, o ritmo, os movimentos, tudo enfim representa um conjunto de fatores em seu vocabulário próprio do balé aos vinhos. Ambos ligados á cultura, a história, a momentos especiais e a vida.

O vinho e o balé são poéticos, ambos tem em sua composição, a busca pelo equilíbrio: O balé no corpo o corpo no vinho.

A palavra balé vem do inglês “ballet” que por sua vez foi pega emprestada do francês por volta de 1630. A palavra francesa tem sua origem na palavra italiana “balleto”, diminutivo de ballo (dança), que vem do latim “ballare”, que significa dançar, e que por sua vez vem do grego (ballizo), que significa “dançar, saltar sobre”.

Assim como o vinho, o balé é difundido em todo o mundo pela sua grande expressão alcançada ao longo de anos. O vinho coexiste com o homem e é parte de sua vida, seu alimento, sua cultura e crenças.

Na dança as influências se fazem presentes pelas histórias contadas e representadas, em cada ato, em cada passo obrigatório dado, em cada salto, e na integração de todo o corpo presente.

Nos vinhos as influências existem a medida que se passa a conhecer e depurar o paladar, transitando por sabores e aromas que refletem suas memórias de vida e o inimaginável.

Os ensaios diários e as dores do corpo e da alma revestem de impressionante dedicação ao que é belo e perfeito no balé.

No vinho, as influências de fatores fora do controle do homem, trazem o imponderável, o não programado e exigem o grande cuidado com a videira, e a grande dedicação ao trabalho, fatores que se assemelham na dança: Dedicação e esforço para a busca da perfeição.

Conheci o ballet da Karen Ribeiro, vi sua dança, seu esforço. Li sua história, muito parecida com as histórias dos produtores familiares, muita dedicação. A Karen é alma no palco. Com sua dança realiza sonhos, busca retomar os anseios de cada um que a procura.

Dançar para ela é vivenciar o amor em todo o seu ser, em sua alma, em sua plenitude.

Realiza sonhos, embarca desejos, muda destinos para os que se identificam e se fazem presentes em sua vida.

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Pinot noir

Para mim, a Karen é como a uva Pinot Noir. É força e delicadeza, leveza e potência em qualidades. Uva difícil de cuidar e se plantar, difícil se achar alguém de tamanha personalidade, como é a uva em toda a sua exuberância.

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Forma e conteúdo se fundem. Como ela diz: “Sentir. Não “interpretar” reproduzindo gestos e mímicas. Os passos que compõem uma variação ou um Ballet contam ao meu corpo e a minha alma o sentimento. E eu devo me permitir senti-los juntamente com a construção da história que me foi proposto contar”.

“Passos, compassos, tempos, contratempos. Respiração, ligação, continuidade…”

E eu me imagino vendo estes movimentos todos. De força, de amor á arte, e imagino que estou com a taça e a Pinot.

KA 1

Ouço a música, vejo cada passo, e sinto esta total intensidade, esta ligação divina e pouco humana. Consigo apenas dizer que é quase um “Nirvana”, um paraíso, um vácuo que se abre entre sonho e realidade, ser e espírito, na confluência de todas as emoções.

Sapatilha

 

 

Saúde! Saúde sempre Karen Ribeiro!

Karen Ribeiro é bailarina, proprietária da Escola de Ballet: Ballet Adulto KR

http://www.balletadultokr.com.br/BalletAdultoKR/inicio.html

Endereço: Alameda Sarutaiá, nº 113-B – Jardins – São Paulo – SP

Tel.: (11) 3884-4430

 

 

 

 

 

 

 

 

Sua alma é para vinhos varietais ou para vinhos de corte?

Varietal

Varietal descreve um vinho feito principalmente a partir de uma única variedade de uva, e que normalmente exibe o nome da variedade no rótulo do vinho.

Como exemplos de variedades de uva comumente usadas em vinhos varietais temos: Cabernet Sauvignon , Chardonnay e Merlot, etc.

Vinhos que exibem o nome de duas ou mais variedades em seu rótulo, como um Chardonnay- Viognier, são misturas ou os chamados cortes como se diz, e não os vinhos varietais.

Uma discussão que demandaria tempo e não conseguiríamos definir se isto ou aquilo é melhor (varietal ou corte), não é o objetivo do post, mesmo porque, há verdadeiras pérolas em vinhos, elaborados de uma ou outra forma.

Aqui se pretende “brincar” com a questão da personalidade existente em cada um de nós, definindo estilos, momentos e gosto pessoal.

Mas vamos lá. Em psicologia temos conceitos definidos em termos de padrões pré-estabelecidos, que indicam traços da personalidade humana, tendências e hábitos.

Varietal II

Com relação aos vinhos é a mesma coisa. O consumo e o gosto estão associados aos traços da nossa personalidade, aspectos pessoais e também nossas vivências e soma de conhecimento, bem como também de algo que podemos chamar de curiosidade no saber, que pode formar um hábito.

A personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.

A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. Sendo o hábito de consumo dos vinhos, a mesma coisa, ou seja, depende de um aprendizado, depende da “alma” envolvida, depende de você!

O termo “conjunto das características marcantes de uma pessoa”, forma este conceito global do ser.

No vinho podemos classificar os diversos aspectos, assim como no ser humano. Há vinhos leves, doces, secos e aromáticos. Assim como há vinhos duros, tânicos, secos ou mais adocicados. Milhões de possibilidades!

Se pensarmos em um vinho varietal teremos algumas características que podem ser mais facilmente identificadas, sem no entanto perderem complexidade ou outros aspectos obtidos pelo tempo em barricas ou mesmo apenas da uva em soma com seu “terroir”.

Vinhos “cortados” em geral carregam os aspectos daquilo que podemos chamar de “alquimia do vinho”, ou seja, a mistura preparada segundo os critérios de um enólogo, sua visão de mundo, sua personalidade ou ainda os aspectos comerciais que se quer atingir. Fato este, presente em ambos os casos.

Daí minha busca por vinhos que não fazem parte da questão “consumo de massa”. Estes vinhos sim são especiais. Seja qual for o aspecto envolvido, o vinho produzido com a alma do enólogo representa sua personalidade. Se nos identificamos, gostamos, se nos desagrada, odiamos e viramos a página, indo para a próxima taça.

Mas a discussão é o Corte ou o Varietal na questão da alma. Neste aspecto eu diria que sou “Corte” ou blend. Sim, acredito mais na complexidade da alquimia da mistura, no blend fantástico obtido por parcelas milimétricas de vinhos com características que, somadas formam um “belo ser”, o vinho “cortado”.

Não posso chamar os varietais de simples, gosto deles em momentos determinados, na harmonização, em diversas ocasiões quando meu palato pede. Mas o “corte” é especial, para mim, bem adequado a ser consumido unicamente ele, eu e o silêncio para poder absorver todos os ângulos, todos os aspectos únicos, toda a sua glória, toda a sua alma.

E você, já sabe qual é sua preferência, seu estilo, seu gosto pessoal?

Se não sabe, leia sua alma… Saúde!

Almir Anjos