Noé: A embriaguez com vinho e seus dilemas

Embriaguês de Noé

Fui assistir ao filme Noé. De forma metafórica o filme narra a história deste personagem bíblico, um dos descendentes de Adão e Eva.

Claro, no filme há adaptações á verdadeira história contada na bíblia, mas nos trás a realidade dos nossos próprios conflitos, do conflito do homem entre o certo e o errado e das escolhas. Talvez esta tenha sido a maior mensagem do filme: Fazer pensar.

Primeiramente há os guardiões de pedra, figuras que não aparecem na verdadeira história, mas que justificam o fato de não haver uma invasão na arca de pessoas desesperadas para nela estarem presentes e também seriam a representação das “forças ocultas” que rodeiam todos nós.

Também na bíblia é citado que os filhos de Noé entraram na arca com suas esposas. Mas no filme apenas o filho mais velho está esposado.

Pode ser que a ideia seja novamente chamar a atenção para as escolhas, conflitos e também os julgamentos, já que o filho do meio de Noé, Cam, não consegue uma esposa e isto demonstraria seu conflito entre seu pai e o fato de no filme, o mesmo ter “deixado” a futura esposa de Cam presa em uma armadilha.

O “invasor” da arca, Tubal-Caim, que também não existe na bíblia invadindo a arca e é descendente de Caim, representa o conflito do homem entre fazer o bem ou o mau e seguir seus instintos ainda animalescos de tentações de toda ordem, como a dominação, o poder e a vaidade.

Noé teve seus conflitos e em nenhum momento como citado no filme, se voltou contra a sua família ou qualquer membro dela. Mas o filme demonstra que podemos pensar em caminhos diferentes para manter uma ideia, seja ela positiva ou negativa. Isto é a nossa capacidade de pensar, questionar e nos autoanalisar.

Matusalém, supostamente é o espírito de luz que veio auxiliar nas oscilações, divagações e conflitos da família de Noé e do próprio, quanto aos caminhos que deveria seguir.

Noé era um “ouvinte” de Deus, um ser iluminado que tinha suas visões, porém era humano e neste sentido possuía suas imperfeições.

Prova disto é que tanto na bíblia como no filme a embriaguez de Noé é citada, porém sem ser comentada.

E o que seria ou representaria a embriaguez? Na verdade é o conflito do homem bom, do homem que busca, erra e se levanta. Do homem imperfeito que pode errar, mas que também pode buscar e acertar e ter o “perdão de Deus”, que nada mais é do que ter novas oportunidades e escolhas.

O tempo de vida de todos os personagens é longo, um tempo meio “imaterial”, uma dimensão diferente, uma percepção por nós não imaginada.

Finalizando, é o dom Divino que permite o aprendizado e a busca através do erro, a grande aula, da bíblia e do filme, mesmo romanceado ou “colorido” em sua representação quase folclórica e irreal.

Somos todos os filhos do Grande Pai, na escola das escolhas onde o vinho desde os primórdios serviu de alimento e também como uma forma de derramar nossas limitações, aspirações e ideais em busca da felicidade. Saúde!

 

 

 

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