Grupo Ver o Vinho, uma aula de vinhos italianos e lições de vida

Ver o Vinho

Estive mais uma vez ministrando aquilo que eu chamo de “bate papo informal” com o Grupo Ver o Vinho, da Daniella Romano. Para quem ainda não ouviu falar, o grupo Ver o Vinho é formado por deficientes visuais que estão em aprendizado na degustação de vinhos e todas as suas características.

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Daniella Romano – Grupo Ver o Vinho

Não vou dizer que para a minha amiga — e fundadora do grupo —, foi tarefa fácil. Desde o início ela teve que se adaptar a uma série de situações antes inimagináveis. Já são mais de três anos de aulas e aprendizado, em um trabalho voluntário de muita, mas muita receptividade, tanto do mercado de vinhos, como do próprio grupo e participantes. Hoje o grupo é coeso e preparado, analítico e sensível.

Na última vez que estive com o grupo pude ter a oportunidade de falar um pouco sobre a Itália, país extremamente importante no vasto mundo dos vinhos, dentro do contexto mundial e da cultura vitivinícola. Na Itália compreendemos a existência de quatro blocos, o norte, o centro ou região central, o sul e as ilhas formadas pela Sardenha e pela Sicília. Cada região com sua característica própria, suas uvas mais adaptáveis ao “terroir”, seu clima, sua notoriedade.

Falar da Itália é falar de uvas nobres, enigmáticas, reconhecidas pelos vinhos premiados, pela sua história e cultura e pela diversidade. Não é a toa que a cultura do vinho antecede aos romanos e faz parte de uma história vasta, tanto dentro do que é difundido, como dentro dos aspectos religiosos que o vinho compõe em sua trajetória pelo país e pelo mundo.

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Nesta aula, que poderia ter sido acompanhada por qualquer pessoa interessada, provamos alguns vinhos brancos italianos. No meio deles, um coringa, um vinho nacional que veio para mexer com a sensibilidade, com o olfato e com as percepções.Mas para minha surpresa, tínhamos também um vinho da Itália oxidado, ou seja, estragado mesmo. Possivelmente mal armazenado e com excesso de tempo em garrafa, pela safra apurada (2006).

Neste contexto, as expressões do grupo foram variadas e bem engraçadas. Uns falando que o vinho estava defumado, outros que ele parecia a “espada de São Jorge”, descendo pela garganta. Mas o que ficou mesmo aparente foi a percepção dos sentidos, em perceber, mesmo sem ver a cor do vinho, algo estranho ao paladar, fugindo de qualquer análise real do que seria bom: O vinho estava estragado!

Este pequeno acontecimento, nos mostra realmente a sensibilidade olfativa e gustativa que vem de treino e percepção que vai além da visão. Bem, eu ficaria muito tempo discorrendo sobre o assunto. Aqui, trago uma pequena pincelada sobre o tema e sobre este grupo admirável.

Quem quiser saber mais sobre o grupo e suas aulas pode entrar em contato com Daniella Romano pelo telefone (11) 3966-8212 ou através do e-mail daniella@aromasdovinho.com.br.

Almir dos Anjos é sommelière pós-graduado em marketing pela ESPM e especialista em e-commerce em vinhos. Possui cursos de vinhos na ABS-SP e SBAV-SP e é um dos intergrantes do Grupo do Selo 7 Sommeliers.
Traz para o Viagens e Rotas informações, novidades e curiosidades sobre o mundo dos vinhos. Para Almir, qualquer viagem só é completa quando há união entre vinhos e gastronomia que definem a marca de uma região ou cultura. Contatos- dos.anjos@uol.com.br
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Site Selo 7 Sommeliers

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