O impacto do novo valor de imposto e do aumento do dólar sobre os vinhos

Dolar

Não há como não perceber o quanto estes dois fatores podem e estão interferindo no consumo e no consumidor.

Já vimos esta situação várias vezes e em diversos setores.

Assim como os insumos incidem sobre toda a cadeia produtiva, de qualquer produto, nos vinhos não seria diferente.

Como parte dos insumos na produção nacional vem do exterior e nas importadoras o preço em dólar dispara, há de se presenciar e prever grandes mudanças no consumo e na forma em que cada empresa irá trabalhar e se adaptar.

No caso das importadoras, o impacto é sentido diretamente no preço. Se bem que com a crise mundial e na Europa, a oferta de produtos é imensa, o que inviabiliza aumentos de preços exacerbados. A necessidade de escoar a produção faz o produtor buscar novos mercados e mercados potenciais, nesta rota está o Brasil.

Mas preço em dólar é preço em dólar, o que significa uma grande necessidade de adequação dos portfólios de produtos dos importadores, de forma a gerenciar o negócio como um todo, visando á manutenção de suas carteiras, a busca pelo crescimento e expansão, ou ao menos se manter o próprio negócio, que neste caso já seria uma grande coisa.

O impacto nos preços já começa a ser percebido neste mês em que começaram os reajustes de tabelas de preços e a transferência do ônus ao consumidor. O fato é beber vinhos está ficando caro e já da dor de cabeça e estômago para quem aprecia a bebida.

Neste cenário, os lojistas têm uma alternativa que é diminuir a quantidade de importadoras com quem trabalham, concentrando seus esforços em ofertas mais agressivas buscando junto aos parceiros importadores, alavancar vendas por volume, repassando seus descontos.

No caso das importadoras, algumas já trabalham com seu preço de referência ao consumidor em dólar, o que não representa perda de ativos, mas pode representar perda de volume em função dos preços praticados, afastando o consumidor atento de preços elevados.

Uma pena percebermos este cenário hoje no mundo dos vinhos.

Saltamos de um dólar que vinha abaixo de R$ 2,00 para R$ 2,40 em pouco tempo, uma subida absurda para se poder manter preços sem reajustes.

E junto a isto, uma portaria que em 1º de Setembro reajusta o imposto recolhido sobre os vinhos e que atingirá os vinhos e espumantes que entrarem em São Paulo, cujo impacto já se percebe nas negociações em preços futuros.

E como se não bastasse tudo isto, o cálculo do imposto não é uma operação simples e transparente, como tudo o que vem do governo, é confuso e “embaralhado”.

Entenda o regime de substituição tributária:

“No regime tradicional de apuração, o imposto é calculado e recolhido em cada uma das etapas de circulação da mercadoria (fabricante, atacadista, varejista, etc.).

Com o regime de substituição tributária, o imposto devido em todas as etapas de circulação é recolhido de uma só vez apenas pelo fabricante (chamado de substituto tributário). Para determinar o valor devido em todas as etapas, o fabricante utiliza percentuais de MVA (margem de valor agregado) determinados pela Secretaria da Fazenda com base em pesquisas de mercado. Essa margem é aplicada sobre o valor do produto quando é vendido pelo fabricante acrescido de outros valores como fretes e seguros, por exemplo.”

Fonte: Site da SEF-SC

Bem, as importadoras sentirão o impacto, o setor mais uma vez vai balançar, e nas adversidades surgem ás oportunidades para os empreendedores (e também para os aproveitadores) e como sempre o consumidor “pagará o pato”.

Mesmo assim, resta a nossa saúde! E Brindes (mesmo com vinhos mais baratos) que nunca irão faltar!

 

 

 

 

 

 

2 pensamentos em “s”

  1. Enoquerido Almir, parabéns pelo artigo.

    Tentei deixar esse comentário mas, pedia uma senha…e… são tantas senhas que nem sei mais…e, acabei desistindo.

    Mas tenho acompanhado na medida do possível seus posts no Vinho dos Anjos, sempre agregando conhecimentos para enófilos e quetais.

    Super enokisses

    Enoamiga Cláudia

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