A Chardonnay, uva emblemática de utilização ampla, tem seus mistérios

Chardonnay

A Chardonnay é uma uva plantada em quase todas as regiões do mundo e uma das castas preferidas para a produção de Champagne, pela elegância, pela intensidade aromática e pela complexidade que confere ao vinho.

Uva de pele verde e que produz vinhos brancos e espumantes, superada no plantio apenas pela uva Airen. Uva que torna o vinho rico em sabores e aromas como o do pêssego, o melão, a maça verde, o limão e a pera, evidenciando as frutas cítricas (Climas mais frios) e tropicais (Climas quentes). Variando dos vinhos mais leves e delicados, aos mais estruturados e encorpados.

O sabor e os aromas são derivados principalmente das peles da uva, que conferem aos vinhos toda a essência das características de frutas cítricas.

Tanto utilizada em sua expressão máxima da fruta, sem passagem por madeira, como em passagens que vão do suave aos vinhos mais amadeirados, sempre em busca de maior complexidade em aromas e no paladar, somando características de baunilha e amanteigados.

Em alguns casos, é e foi muito utilizada em contato com o carvalho de forma excessiva e abusiva, principalmente no Novo Mundo e em vinhos de baixo valor ao consumidor. São os chamados “Heavy Carvalho”. Estilo que hoje incomoda o grande apreciador desta uva e dos vinhos feitos por meio delas.

Compõe os grandes vinhos brancos da França, onde se desenvolveu, como os da região da Borgonha, de Chablis e Champagne, sendo também muito cultivada na Califórnia (Napa, Sonoma, Mendocino) onde seu plantio alcança 40% de área plantada, no que se refere ás uvas brancas. E ainda muito difundida na Austrália e Nova Zelândia.

É uma casta que se adapta perfeitamente em regiões de clima frio e também em regiões secas e quentes.

O “terroir” parece ser o grande aliado desta casta, pois em cada região, confere características diferentes e próprias que aliadas ao fator de passagem ou não pelo carvalho, conferem seus diferencias e sutilezas únicos.

Em garrafa os sabores são geralmente aqueles que carrega de seu “terroir” ou ainda somados pela passagem maior ou menor pelo carvalho, tornando-se o veículo perfeito para produtores que querem mostrar o caráter de sua vinha e demonstrar a arte particular de técnicas de vinificação. Longas fermentações frias e engarrafamento precoce são tão adequados para esta variedade, como a fermentação e envelhecimento em carvalhos novos ou ligeiras passagens em carvalhos de segundo e terceiro usos.

A Chardonnay parece não apresentar quaisquer problemas especiais no plantio, exceto talvez em sua origem e berço, a Borgonha onde a brotação precoce pode torná-la vulnerável às geadas da primavera. Em outros lugares, porém a Chardonnay cresce tranquila e se adapta aos novos ambientes com muita facilidade.

Poucas uvas brancas são capazes de produzir vinhos com tamanha complexidade e capacidade de envelhecimento como a Chardonnay. Pode-se dizer que ela é um dos verdadeiros clássicos do mundo, uma casta nobre.

A história da uva Chardonnay se origina de uma aldeia do mesmo nome em Macon que fica na região francesa da Borgonha, local mundialmente famoso. Acredita-se que o vinho Chardonnay foi distribuído por toda a França por monges cistercienses.

A primeira referência conhecida ao vinho Chardonnay foi escrita por monges no ano 1330. Os monges cistercienses (acredita-se) foram os primeiros a plantar a uva Chardonnay em seus vinhedos com a finalidade de produção em massa e distribuição de vinhos.

Ao longo da história a Chardonnay, sempre se apresentou com características notavelmente consistentes. A uva nasce de uma trepadeira vigorosa, com cachos de tamanho médio. Uma vez maduros eles são de uma cor amarelo dourado e brilhante, seus bagos são muito pequenos e frágeis e com uma pele fina, o que exige muito cuidado durante a colheita e manuseio para não arruinar toda a produção.

São uvas muito sensíveis ao seu meio ambiente o que significa que os vinhos elaborados com a Chardonnay têm um gosto distinto e sabor que pode variar muito em complexidade, cultivadas em climas mais quentes tendem a ter um toque de mel maravilhoso e cultivadas em climas frios produzem vinhos com uma abundância de sabores frutados e cítricos.

Vinificação

A Chardonnay pode ser utilizada para qualquer estilo de vinhos, desde os vinhos chamados tranquilos, aos vinhos espumantes e também de colheita tardia e botritizados. Mesmo não sendo tão suscetíveis à chamada podridão nobre.

As barricas podem ser utilizadas durante ou após a fermentação. Dentre os sabores decorrentes da utilização do carvalho, podemos perceber o caramelo, fumo, especiarias, coco, canela, cravo e baunilha. Outras decisões de vinificação que podem ter um efeito significativo incluem a temperatura da fermentação e o tempo a ela exposto.

A Chardonnay e as harmonizações

Na harmonização, a Chardonnay vai bem com molhos cremosos, aves e frutos do mar. Também harmoniza perfeitamente com queijos leves, como o gruyère ou o provolone. Ostras e salmão também combinam com os sabores cítricos de um Chardonnay típico. Mas estas são harmonizações sugeridas de forma ampla, pois a complexidade da Chardonnay há de ser avaliada em todo o seu estilo próprio e conferido pelo “terroir” de origem.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>