O que podemos aprender com os vinhos e sermos melhores

Achei que ia ser um post fácil de ser escrito, me enganei. Não por dificuldades de escrever, muito pelo contrário, as idéias brotaram rapidamente na minha mente. Mas pela abrangência do tema e por tudo que envolve questões de aprendizado, nas suas mais variadas concepções e formas de análise.

Iniciando pelos conhecimentos de história e geografia, passando pela agronomia e química nos processos de produção, teologia e seus momentos de consagração, medicina e benefícios à saúde, e caminhando pela administração, nossa, tantas coisas…

Mas vou me ater neste momento ao lado humano, que se reflete na comunicação e nos processos de socialização que o vinho pode conferir. Sim, não é uma brincadeira, é muito, muitíssimo sério e por vezes até terapêutico.

Aprendi muito nestes anos em contato com os vinhos e pessoas, porque sem elas, os vinhos não existiriam. E é nos momentos de consumo que realmente os vinhos atingem todo o esplendor e se consagram no objetivo maior: Degustar com prazer.

Claro que o aprendizado se dá em todos os segmentos, eu bem sei disso, principalmente nas experiências diárias de vida e trabalho. Mas o vinho é um caminho que alia satisfação e paixão para aqueles que vivem e respiram este néctar fabuloso.

Outro dia mesmo, me peguei olhando unicamente para a cor do vinho na taça. Era límpido, brilhava e a coloração era intensa, viva, inimitável por qualquer palheta de cores, de qualquer cartela, fosse ela de tintas, fosse o que fosse…

A observação me levou á natureza  em toda a sua essência e significados. Lembrei das cores do céu, lembrei do mar, das cores das folhas das árvores em seu verde brilhante e pensei: obras de um Deus! Inimitáveis! E me perguntei se não havia ali, mais do que eu mesmo poderia enxergar…

A essência das coisas só pode ser percebida quando nos permitimos. O aprendizado é a leitura dos traços incorporados em cada um, pela vivência e pela soma de conhecimentos.

Mas há algo que se mostra interessante, que é a questão da comunhão social, ou seja, o vinho consumido em grupo e as experiências que neste instante podem ser trocadas, ou simplesmente o momento que pode ser envolvente e agradável, no ato que se denomina: compartilhar.

Porque nos filmes, novelas e livros, os personagens ditos “elegantes” consomem vinhos? Não há ali, além do glamour e elegância, um conceito de conhecimento de cultura adquirida que se quer passar?

Não se seduz com vinhos? Não se ama com eles? Não se consagra nas religiões? E onde estaria o “mistério” ou o que se pode chamar de “segredo” nos vinhos? Será que não estaria realmente na sua abrangência, no todo e em tudo o que ele pode proporcionar? Acredito que sim.

É claro que quando falamos de pessoas, falamos em opiniões diferentes, falamos até mesmo em conflito, que é o que por vezes se presencia nas relações.

Mas não há como conceber, por exemplo, degustar um vinho em conflito. Porque o vinho requer esta relação saudável da harmonia presente, instaurada.

Falei da questão do consumo em grupo, mas há também o consumo individualizado, introspectivo, que é uma forma de “mergulho” interno, percepções particulares, o encontro com nosso “eu” e que também leva ao aprendizado do que somos.

Mas como podemos ser melhores, simplesmente por gostarmos de vinhos? Pela observação do todo. Sim, porque ao focarmos nas percepções, percebemos as questões sutis e sentimentos que ocasionalmente não seriam percebidos. Levados á reflexão, temos a oportunidade de processar uma mudança interna, mudança de pensamentos e conceitos. Com isso crescemos, amadurecemos e melhoramos nossas relações e entendimento da vida.

Assim, queridos leitores, não deixem de aproveitar o que o vinho tem para proporcionar. Sua intensidade e o momento eternizado.

Saúde e paz!

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