O consumidor que chega a uma loja e busca uma taça, ou um jogo de taças para vinho, pode se sentir perdido com a enormidade de ofertas e variedade que vai encontrar.

Sensações na língua

Cada vinho pede uma taça diferente.

O básico neste caso é ter o entendimento do porque cada tipo de vinho pede uma taça diferente.
Não que você como consumidor, não possa usar sua taça de preferência, pode sim, mas para o gosto mais apurado, para sutis descobertas ou pequenas nuances, há de se adequar taça ao tipo de vinho, pois as pequenas diferenças são percebidas com a sensação do líquido em cada local da boca ou da língua, onde estão as papilas gustativas.

Em cada ponto da nossa língua, se define o paladar através de uma sensação.
Na ponta sentimos o doce. Imediatamente atrás da ponta (quase no meio) é onde temos a sensação da acidez, item importante na avaliação do vinho, Nas laterais se intensifica a sensação do salgado, e no meio da língua, ao fundo, por onde passa por último o líquido, sentimos o amargor.

Todas estas sensações correspondem ao local onde através da taça adequada, o vinho cai imediatamente em um local pré-determinado da língua, trazendo a sensação inicial que pode ser uma ou algumas das descritas acima.

O tamanho da abertura, formato da taça, bocal e curvatura, determinam a seqüência de sensações. Uma seqüência errada pode alterar nossa percepção do vinho e toda a sua complexidade, ou falta de complexidade que deixa no final aquela sensação de “gostei” ou “não gostei” do vinho.

Experimente tomar um vinho tinto de qualidade em um copo de plástico (como apresentado no filme Side Ways), e ao mesmo tempo tome o mesmo vinho em uma taça para vinho tinto, encorpada, robusta e feita de cristal. Faça o teste, dê dois goles pequenos em cada degustação, em cada taça e observe as diferenças. Elas são impressionantes.

Ainda temos mais. Determinadas sensações aromáticas se dispersam no caso principalmente de vinhos brancos, como o da uva Sauvignon Blanc ou a Chardonnay, quando a taça possui uma boca muito aberta.
Por quê? Porque quando sentimos os aromas em uma taça mais fechada, por exemplo, percebemos mais a fruta, o perfume, o bouquêt e podemos definir outras sensações e percepções, pois estas ficam mais “aprisionadas” no interior da taça, que é o nosso recipiente que armazena estes aromas básicos da fruta.

Bem, para aqueles que querem apenas apreciar ou estão limitados a não terem uma taça para cada tipo de vinho, sugiro uma boa taça de degustação.  Muitas experiências de comparações e experimentação, que são sempre prazerosas e não estragam o momento de se degustar um bom vinho, em cada momento especial sem ser chato, ou virar um “enochato”.

Saúde!